Antes tarde, do que nunca. Mas o debate sobre a extinção da Escola Tiradentes a partir de 2018 entrou de fato na pauta da Câmara Municipal de Blumenau, que tem responsabilidade de fiscalizar e debater temas como esse.
Lembrando que a escola funciona, de forma provisória, em parte do espaço da Escola Pedro II, da rede pública estadual desde 2008, quando foi atingida pela tragédia de 2008. Até então funcionava, há cerca de 50 anos, na comunidade da Rua Pedro Krauss Sênior.
Ou seja, funcionava em um local “emprestado”. A engenharia feita para trazer o Colégio Militar para Blumenau, a partir de 2018, faz que a Tiradentes vá para a sede da Escola Estadual Arno Zadrosny, no Garcia, para dividir espaço com outra escola municipal que funciona no local, a Júlia Strzalkowska, também relocada por conta de 2008.
Por decisão da secretaria municipal de educação, a Tiradentes deixa de existir, sendo incorporada pela EBM Júlia Strzalkowska.
E aí que o bicho pega. Alunos e professores serão absorvidos, mas a questão simbólica de fechar uma escola com mais de meio século gera angústias, incertezas e discursos acalorados.
Nesta manhã, três vereadores estiveram com professores e pais da escola, ouvindo. Almir Vieira (PP), Ailton de Souza, o Ito (PR) e Lenilso Silva (PT), que repercutiram na tribuna da Câmara.
“Se está vindo uma escola para cá, esta que ache um local”, disse Almir Vieira, em aparte ao Ito, deixando claro que não tem nada contra ao Colégio Militar.
“Construam um novo colégio”, pediu o Ito.
“Teve vereador que esbraveja na questão do gênero, para supostamente defender nossas crianças, mas não tem a mesma ênfase na defesa dos alunos da Tiradentes”, alfineta Lenilso.
Não consegui acompanhar todos os pronunciamentos, mas vi que o Zeca Bombeiro (SD) também manifestou-se na tribuna. “É uma história que não pode acabar”.
Muitos dos questionamentos dizem respeito a uma suposta falta de diálogo da Prefeitura de Blumenau, com algumas afirmações dizendo que as comunidades destas escolas ficaram sabendo pela imprensa.
O vereador Sylvio Zimmermann (PSDB), líder do governo, colocou panos quentes, destacando as responsabilidades de cada um. Disse que a decisão é do Governo do Estado e coube ao Município buscar a solução apresentada.
Aqui o debate tem muito mais a ver com simbolismo do que a questão prática. Ninguém ficará sem escola, mas fecha-se uma escola que tem mais de cinquenta anos de história.
Lembrando que não é apenas uma questão simbólica como traz o texto, mas sim que a comunidade da escola é muito específica e a proposta pedagógica da Tiradentes é feita para esta comunidade. Outra coisa, não existe garantia que os professores serão incorporados, a própria secretária de educação do município de Blumenau disse-nos que os professores irão de forma provisória para onde tiver vaga, senão tiver demanda de alunos na Júlia e não abrir turma os professores vão pra onde tiver vaga. Falo disso com propriedade pois sou professora efetiva na Tiradentes desde 2012