A quantia de infecções diárias nos EUA atingiu novo recorde nesta quinta-feira, 16, com mais de 77 mil novos casos notificados nas últimas 24 horas, segundo dados da Universidade Johns Hopkins divulgados na manhã desta sexta-feira, apenas uma semana depois do recorde anterior, de mais de 66.600 novos casos.
No país de cerca de 330 milhões de habitantes, mais de 3,5 milhões de pessoas testaram positivo para o Sars-Cov-2. Cerca de 138 mil pessoas morreram em decorrência do vírus.
O ritmo de contágios nos EUA vem aumentando desde meados de junho, após diversos estados relaxarem medidas restritivas contra a pandemia – especialmente no sul e oeste do país. Trinta dos 50 estados americanos registraram recordes de novas infecções neste mês.
Por conta disso, diversos estados paralisaram ou retroagiram seus processos de reabertura gradual da economia.
A Flórida é o novo epicentro da epidemia de coronavírus nos Estados Unidos. O estado registrou um recorde de 156 mortes por covid-19 na quinta-feira e quase 14 mil novas infecções. O número total de casos já ultrapassou 315 mil e houve 4.782 mortes, segundo dados do Departamento de Saúde da Flórida.
A Flórida está relatando mais casos diários de Covid-19 do que qualquer outro estado do país. A Califórnia e o Texas são os mais próximos, com cerca de 10 mil novos casos diários. O Texas registrou 10 mil novos contágios pelo terceiro dia seguido e 129 mortes adicionais. Um terço do total de mais de 3.400 óbitos por covid-19 no estado ocorreram nas primeiras duas semanas de julho.
O governo da Flórida, comandado pelo republicano Ron DeSantis, não seguiu o exemplo da Califórnia e do Texas, que impuseram novas restrições ao comércio ou tornaram obrigatório o uso de máscaras em espaços internos.
Máscaras e escolas
Enquanto isso, as máscaras continuam sendo uma questão partidária nos EUA: o governador democrata do Colorado obrigou seu uso em espaços públicos internos, mas, na Geórgia, governada pelos republicanos, a prefeita democrata de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, foi processada por seu próprio governador, Brian Kemp, por obrigar o uso do acessório na cidade. “Um melhor uso do dinheiro dos contribuintes seria expandir os testes e rastrear contatos”, ela escreveu no Twitter nesta quinta-feira.
Outro campo de batalha partidária que tende a se acirrar nacionalmente é sobre a reabertura de escolas no outono do Hemisfério Norte. Enquanto cidades como Houston, Los Angeles e Nova York planejam começar o ano escolar virtualmente ou de forma restrita, o governador da Flórida, Ron DeSantis, insiste para que as escolas reabram totalmente em agosto.
A demanda do governador republicano espelha a do presidente Donald Trump, que enfrenta uma dura batalha pela reeleição em novembro e está pressionando para que as escolas reabram como sinal de retorno à normalidade.
Trump, que está bem atrás do candidato democrata, Joe Biden, nas pesquisas, até ameaçou cortar o financiamento federal para as escolas que se recusarem a abrir suas portas.
Uma pesquisa do Yahoo News/YouGov publicada na quinta-feira constatou que 63% dos americanos disseram que Trump não deveria pressionar as escolas para reabrir, enquanto 25% concordaram com seu esforço.
Trump e DeSantis têm influência limitada no debate com sindicatos de professores, médicos especialistas e muitos pais, preocupados em enviar seus filhos de volta à escola em segurança. A palavra final, quando se trata dos distritos escolares, é das autoridades estaduais e locais.
O distrito escolar de Houston, que tem mais de 200 mil alunos, planeja iniciar o ano letivo de forma virtual em 8 de setembro e iniciar as aulas presenciais em 19 de outubro, o que está “sujeito a alterações com base nas condições da Covid-19”.
Na cidade de Nova York, que possui o maior sistema de escolas públicas do país, com 1,1 milhão de estudantes, o prefeito Bill de Blasio disse que a frequência às aulas seria limitada a um a três dias por semana. Outras grandes cidades, incluindo Chicago e Washington, ainda não anunciaram planos para o semestre do outono.
Fonte: G1
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