O Facebook e o Instagram deixarão mais claro quando uma notícia falsa for postada no feed ou nos Stories: se a foto ou o vídeo tiver conteúdo considerado falso por uma agência independente de checagem de fatos, ele será borrado e terá o aviso de que a informação não procede. E quem tentar postar esse tipo de conteúdo receberá um aviso de que se trata de fake news, com links para saber mais a respeito. As novas medidas antecipam as eleições presidenciais de 2020 nos EUA.
Ao longo do próximo mês, o Facebook e o Instagram vão rotular com mais destaque o conteúdo “que tenha sido marcado como falso ou parcialmente falso por uma agência de checagem de fatos independente parceira”, conforme explica a empresa em comunicado.
O rótulo de “informação falsa” será mostrado por cima de fotos e vídeos, inclusive no Instagram Stories; e terá um link para a agência de checagem de fatos desmentindo a fake news.
Além disso, se um usuário tentar publicar uma foto ou vídeo com informação falsa, ele será alertado com um novo pop-up. Haverá o link para a agência de checagem de notícias, e o aviso de que o post vai incluir um aviso dizendo que é falso. Será possível compartilhar o post mesmo assim.
Resta ver se isso será eficaz. O Facebook já tentou colocar um aviso em posts que linkam para notícias falsas, só que eles acabavam sendo mais compartilhados — o sinal de alerta para fake news chamava a atenção dos usuários, aumentando o engajamento.
Conferir se uma notícia é ou não verdadeira consome tempo. Até a agência de checagem desmentir uma fake news, ela pode ter se espalhado. Por isso, o Facebook vai reduzir temporariamente a distribuição de posts que tiverem sinais de conteúdo falso, enquanto a verificação for feita para checar os fatos. Isso vai ocorrer “em muitos países”, incluindo os EUA.
Notícias comprovadamente falsas têm distribuição reduzida no feed de notícias do Facebook, e são removidas da aba Explorar e das hashtags no Instagram. As duas redes sociais também diminuem o alcance de contas que publicam desinformação repetidamente.
No entanto, o Facebook não vai checar fatos de anúncios políticos, nem vai removê-los da plataforma. É uma posição que o próprio CEO, Mark Zuckerberg, defendeu na semana passada.
Facebook avisará sobre fontes financiadas por um governo
O Facebook vai avisar quando uma notícia vier de uma organização totalmente ou parcialmente controlada pelo governo de um país. A definição foi criada com a contribuição de mais de 40 especialistas, e permitiu criar uma lista chamada “mídia controlada por Estado”. No início de 2020, o aviso deve aparecer também no Instagram.
O Facebook não quer ser acusado mais uma vez de interferência nas eleições dos EUA. A IRA (Internet Research Agency) reuniu “trolls profissionais” para usar redes sociais a fim de apoiar ações da Rússia na Ucrânia; ela também “começou a defender o presidente eleito [Donald] Trump desde pelo menos dezembro de 2015”, diz um relatório da CI (Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos).
Um estudo divulgado pelo Senado dos EUA encontrou evidências de interferência eleitoral vinda da Rússia através do Facebook, Instagram, YouTube, Twitter e Tumblr. Isso teria sido feito pela IRA, que tem ligações com o governo de Vladimir Putin.
Com informações: Facebook e Tecnoblog
Seja o primeiro a comentar