A falta de leitos de UTI para pacientes graves de Covid-19 no Oeste e a intenção do Executivo Estadual de destinar R$ 200 mi para a duplicação da BR-470 repercutiram na sessão de quarta-feira, 17, da Assembleia Legislativa.
“Estamos transferindo pacientes para todo o estado por conta da falta de leitos, têm pessoas implorando uma vaga de leito de UTI e nós temos de dizer que a fila é grande, pensem na situação”, relatou Luciane Carminatti (PT), acrescentando que até sexta-feira 34 leitos de UTI devem ser ativados em Chapecó e em Xanxerê.
“Precisa diminuir os contágios, e para isso é necessário que cada um faça sua parte”, apelou a deputada.
Moacir Sopelsa (MDB) concordou com a colega.
“Quero ficar com suas últimas palavras: enquanto não acreditarmos – e muita gente não acredita nos protocolos – não sei se daqui a pouco todo o estado não terá falta de leitos de UTI”, avaliou o representante de Concórdia.
Já o deputado Ivan Naatz (PL) criticou a intenção do Executivo de aportar recursos estaduais nas obras das BRs 470 e 163.
“Ninguém duvida da importância das duas rodovias, mas vamos olhar para as nossas necessidades. O catarinense está rodando em rodovias que soltam pedaços, iguais esse daqui, e o governo decide colocar dinheiro em uma obra federal, como se não tivesse o que fazer”, insistiu Naatz.
O deputado sugeriu que ao invés de colocar dinheiro nas rodovias federais, o estado ajude a União a expandir o Aeroporto de Navegantes, construindo a segunda pista.
Milton Hobus (PSD) também criticou a alocação de recursos em obras federais e defendeu a criação de uma comissão para pressionar o governo federal.
“Não tem mais como o Alto Vale se desenvolver, gerar riqueza, e o Oeste transferir suas riquezas para os portos pela BR-470, precisamos muito mais do que uma esmola que o governo do estado possa dar ao governo federal. Se é prioridade nacional, tem de haver recursos. Precisa de um movimento conjunto junto à bancada para que o governo assuma a BR-470 como prioridade e coloque dinheiro aqui”, analisou.
Zenaide Nunes
Kennedy Nunes (PSD) lamentou a morte de sua genitora, Zenaide Nunes, ocorrida segunda-feira (15), em Joinville.
“Internamos dia 4 com infecção urinária e evoluiu para Covid. Quis Deus que assim ela fosse. O Brasil e o mundo choraram a morte dela”, afirmou Kennedy, referindo-se à popularidade do trabalho missionário da mãe, também escritora e fundadora do grupo musical Dedos de Davi.
“Ela era extraordinária, era estilista e fazia os vestidos das colegas. A noite fazia o dela, porque não queria que ninguém o visse e era a última a entrar no baile, queria fazer uma entrada triunfal”, lembrou o deputado, referindo à época em que a jovem Zenaide residia na rua do Fogo, no então distrito de Sangão, município de Jaguaruna.
Kennedy revelou que a última apresentação do grupo musical fundado pela mãe e integrado pelos filhos foi em 2019, no município de Caetité, na Bahia.
“Quero agradecer a Deus pela dádiva que Ele deu de ter sido gerado e educado por esse pedaço de Deus na terra. Não existe outra coisa mais importante na vida do que a mãe e o pai”, encerrou o parlamentar.
O presidente Mauro de Nadal (MDB) externou condolências em nome da Casa e Ismael dos Santos (PSD), Marcius Machado (PL), Valdir Cobalchini (MDB), Moacir Sopelsa (MDB), Ivan Naatz, Milton Hobus e Luciane Carminatti manifestaram pesar pela morte da matriarca da família Nunes.
Qualidade do STF
Jessé Lopes (PSL) questionou a qualidade intelectual dos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e criticou o protagonismo dos ministros.
“Hoje ouvimos falar mais deles do que do próprio presidente”, declarou Jessé, que defendeu o deputado Daniel Silveira (PSL/RJ), preso por ofender vários ministros do STF. “Como gostam de soltar bandidos e corruptos! Pode ameaçar de morte o presidente, mas não pode omitir opinião crítica contra o STF, vai ser preso.”
Falta vacina
Luciane Carminatti informou que o prefeito de Chapecó solicitou ao governo 100 mil doses de vacina contra o coronavírus para o município, enquanto o governador anunciou 150 mil doses para todo o estado.
Licença autodeclaratória
Valdir Cobalchini defendeu projeto de sua autoria que cria o modelo de licença ambiental por autodeclaração como uma alternativa para destravar as licenças ambientais no estado, além da revisão do Código Ambiental Estadual.
Segundo o líder da bancada do MDB, atualmente há cerca de R$ 40 bi em investimentos esperando a liberação de licenças.
A serviço dos catarinenses
Ivan Naatz fez críticas à Comunicação da Assembleia e pediu atenção dos veículos da Casa aos deputados, não ao governo.
“A comunicação é feita para servir os deputados, não é um puxadinho do governo. Precisa encontrar um rumo, o Eron [Giordani, atual chefe da Casa Civil do Estado] não é mais da Casa, é do governo, não vamos permitir que a Assembleia se transforme num puxadinho do governo, precisa entregar mais, todos têm de aparecer”, discursou Naatz.
Kennedy Nunes discordou do colega.
“Se vossa excelência tem o hábito de ler o resultado que toda imprensa da Casa escreve, vem o resumo com as frases, inclusive as falas dos deputados separadas por parágrafos”, informou Kennedy, que ponderou que a comunicação da Casa “está a serviço do catarinense, até porque cada um dos 40 deputados têm a sua assessoria e divulga nos seus canais”.
R$ 40 mi para Covid
Ivan Naatz lembrou que o Legislativo já devolveu ao Executivo R$ 40 mi para uso no combate à pandemia e sugeriu que os parlamentares acompanhem os gastos do governo.
“O que está fazendo com os R$ 2,2 bi que vieram do governo federal que necessita a Assembleia colocar mais R$ 20 mi? Será que a gente não está colocando dinheiro demais no combate à Covid? Se não estão gastando o que tem no caixa, é importante que a Assembleia fiscalize”, sinalizou Naatz.
Abertura de nova ala
Marcius Machado (PL) voltou a cobrar a abertura da nova ala do Hospital Tereza Ramos, de Lages.
“Precisamos que o governo abra de fato a nova ala. A desculpa é de que existem algumas irregularidades e o governo não pode aceitar a obra. Poxa vida, entre com uma ação judicial”, apelou Machado, que também pediu solução para o problema do tomógrafo e dos laudos das tomografias, atualmente atrasados desde agosto de 2020.
Fonte: Alesc
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