Familiares de servidor lotado no gabinete do vice-prefeito são ouvidos na CPI

Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau

Quatro familiares de Alexandre Pereira, o servidor da Prefeitura que está sendo investigado por teoricamente trabalhar na propriedade particular  de Jovino Cardoso Neto (PSD),  foram ouvidos como testemunhas na manhã de hoje pelos integrantes da CPI que investiga o vice-prefeito.

Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau
Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau

Acompanhei todos os depoimentos e posso garantir que não trouxeram informação alguma que pudesse incriminar Jovino. Os dois irmãos, uma cunhada e a mãe falaram em duas linhas: não sabem da rotina de Alexandre ou dizem que ele não prestava serviço no sítio da família do vice-prefeito e sim o acompanhava no dia a dia como motorista.

Praticamente todos destacaram a proximidade das duas famílias, que segundo a mãe, se conheciam há pelo menos 20 anos, por morarem próximos na década de 1990.  Somente o irmão Joel disse que conhecia o sítio, onde prestava serviço duas vezes por semana.

O momento mais tenso foi quando durante o depoimento da mãe, o relator e denunciante Jefferson Forest (PT) usou áudio de uma conversa feita entre dois assessores dele com ela e Joel. Foi na casa deles, sem o conhecimento que a conversa estava sendo gravada. Ela disse, em determinado momento da conversa, referindo-se ao outro filho, Alexandre. ” Ele tem que ser verdadeiro. Dizer, me contratou para uma coisa e me colocou em outra”.

Na conversa gravada, ela e Joel deixam claro que o Alexandre Pereira trabalhava no sítio, ao contrário do depoimento.

Visivelmente abatida por conta de problemas de saúde, ela caiu no choro: “nem para a Igreja consigo ir mais”, “só quero que tudo encerre de boa forma, não sobrasse para meus filhos, são todos trabalhadores”.

O último a falar foi o irmão Joel e para surpresa de todos, o advogado de Jovino Cardoso Neto, que acompanhava os depoimentos, se constituiu como advogado dele. Tentou mudar a condição do depoimento, de testemunha para informante e confesso que não entendi o que significava  e como não foi acatado, não fui atrás.”

Foi o mais enfático, garantiu ser amigo pessoal de Jovino, que conhece há 27 anos. Reafirmou trabalhar duas vezes por semana no sítio e nunca com a presença de Alexandre Pereira. Falou que em três oportunidades o irmão teria dado carona para ele, “quando estava chovendo”.   Disse só se encontravam na propriedade em alguns finais de semana, quando frequentavam o local para atividades de lazer.

Criticou a forma que os assessores do vereador Jefferson fizeram a gravação da conversa com ele e a mãe. Considerou uma falta de respeito.

“Porque estão envolvendo a minha família? Não temos nada a ver com isso !”, afirmou Joel lá pelas tantas.

Todos as quatro testemunhas de hoje são humildes e vivem dificuldades pessoais enormes. Estão no meio do furacão, mas a tempestade não é deles, é do Jovino Cardoso Neto.

Sobre os áudios, estou com eles na íntegra. Caso considere que tenha algo mais que mereça ser citado, volto ao assunto.

1 Comentário

  1. Esta comissão não tem moral para julgar ninguém, tem vereador que já foi condenado a devolver recursos publicos utilizados indevidamente e sendo investigado por outros ilícitos e outro vereador que assina uma CPI e depois
    de uma conversa isolada com assessor do Prefeito , retira sua assinatura .Querem fazer correto, pelo menos utilizem pessoas com retidão .

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*