Fernando Krieger *
colaborador voluntário
Bem pelo método Cunha, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), conseguiu ontem, 19, a aprovação do requerimento que pede urgência na votação da Reforma Trabalhista.
Um dia após sofrer uma derrota, a base governista refez a votação e conseguiu dessa vez a aprovação. 287 votos a favor, 30 a mais do que o necessário, e 144 contra.
No dia da derrota, terça, o governo obteve 230 votos contra 163.
Isso nos mostra que é mais fácil convencer alguns deputados do que o Papa a visitar o país.
Apesar do sucesso desta quarta, mesmo assim o governo registrou traições.
Com o tempo que ganhou, o pessoal do Michel reuniu novamente os “rebeldes”, principalmente PSB, PR e até o próprio PMDB.
Ontem, os governistas seguraram o que puderam para reunir quorum suficiente para a aprovação.
Com essa aprovação, em tese, a Câmara pode levar para votação em plenário a matéria, sem o aval da comissão especial, onde ela está em discussão.
A oposição acusou o presidente da casa, de usar o “método Cunha”, que em diversas vezes, em matéria que não reunia votos suficientes, depois de articulações, colocava em votação novamente.
O “fantasma” do Cunhismo ainda ronda o Congresso e causa arrepios em todo mundo.
Apareceram até cartazes de “método Cunha não”.
Os governistas, colocaram a culpa da derrota na véspera em Rodrigo Maia, que anunciou o resultado antes que todos tivessem registrado seus votos.
Que com certeza, depois de um puxãozinho de orelha do titio Michel, teve que arrumar a lambança no dia seguinte.
Em nota, a Presidência da República disse que Michel acompanhou a votação com pipoca na mão e refrigerante e comemorou dizendo que o resultado “traduz uma ampla maioria e um firme apoio do Congresso”.
“A aprovação da urgência indica uma sintonia entre o Executivo, o Legislativo e a sociedade em torno da necessidade de aprimoramento dos marcos que regem as relações de trabalho em uma economia que volta a crescer.”
Não sei se Michel estava assistindo um filme ou House of Cards, pois não foi isso que percebemos. Se está difícil aprovar um requerimento de urgência, imagina a própria matéria da Reforma Trabalhista e muito mais a Reforma da Previdência.
Vou dar um conselho ao Michel, não acho nem bom chamar o Papa, se com o “fantasma do Cunhismo” já está difícil de aprovar alguma coisa, corre o risco do Papa exorcizar isso aí.
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