Claudio Grando
Presidente do Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC)
Nos últimos 10 anos, Santa Catarina manteve a média de 17,2% do PIB nacional da indústria têxtil, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Segundo a mesma entidade, em 2005, o faturamento gerado foi de US$ 4,8 bilhões. Já em 2014, foram US$ 9 bilhões. Embora os números não sejam progressivos – houve, nesses 10 anos, altos e baixos considerando o contexto econômico nacional e global – eles muito nos orgulham.
Especialmente porque, há uma década, Santa Catarina era apenas um estado com um grande volume de produção, começando a perder espaço para os asiáticos que traziam ao Brasil peças a um preço absolutamente competitivo. Os nossos diferenciais em qualidade não seriam suficientes para competir com o custo de se produzir no Brasil. Embora essa competitividade ainda seja grande, hoje colhemos bons resultados.
Não foi o cenário que mudou. Fomos nós.
As indústrias catarinenses foram, aos poucos e sem comprometer sua saúde financeira, abrindo mão de reproduzir tendências para aumentar os espaços das suas próprias coleções. Pensando, cada vez mais, em inovação nas matérias-primas, acessórios e design.
Deixamos de fabricar criações dos outros para dar preferência às nossas próprias obras.
Santa Catarina soube usar o seu conhecimento técnico e as tecnologias disponíveis para manter os níveis de produtividade mais altos do país e, ao mesmo tempo, sua criatividade para fortalecer as marcas. Passamos, em um curto período de 10 anos, de um estado que reproduzia para um estado que cria. Hoje o que é daqui é sinônimo da moda nacional.
Com o olhar aguçado das nossas pessoas, empresas e instituições conseguimos antecipar as mudanças no comportamento do consumidor que se preocupa com a origem das peças que veste, que sabe que comprar o que é daqui fortalece a nossa economia. Hoje estamos preparados para atender a essa demanda e para crescer ainda mais.
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