Lembro bem, não faz muito, de ouvir as principais lideranças políticas catarinenses dizendo que não iam “antecipar o debate eleitoral”, “eleições só em 2018”, “tudo ao seu tempo”.
Mas faltando um ano e oito meses para a eleição, um ano e meio para as convenções que homologam candidaturas e um ano e um mês para atender determinadas regras eleitorais, a movimentação é intensa dos partidos e caciques catarinenses.
O gesto mais emblemático veio do PSD. Em recente encontro do partido, o governador Raimundo Colombo botou o bloco na rua, colocando Gelson Merísio como porta estandarte. Defendeu que o partido tenha candidatura própria ao Governo e sugere o nome do ex-presidente da Assembleia Legislativa como o candidato do partido.
A declaração sepulta de vez a Tríplice Aliança, idealizada pelo líder maior do PMDB, Luiz Henrique da Silveira, morto em 2015. E manda um recado para os demais partidos, que também estão colocando os blocos na rua.
O PMDB sonha em voltar para o lugar que ocupava com LHS. Mas antes precisa construir um candidato relevante. Tem pelo menos quatro nomes, mas nenhum que passe confiança interna, muito menos externa, para o eleitor.
O deputado federal e presidente do partido Mauro Mariani, o prefeito de Joinville, Udo Döhler, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira e o senador Dário Berger são os nomes postos. Dário é praticamente carta fora do baralho, por conta da lei da ficha limpa, referente a sua administração em Florianópolis. Os outros não tem densidade eleitoral.
O terceiro integrante da Tríplice Aliança nunca teve o protagonismo eleitoral nestes últimos processos eleitorais, tanto que em 2014 tentou carreira solo. Em 2018 o PSDB quer ser a bola da vez em Santa Catarina e não é de duvidar, por conta da conjuntura nacional.
O candidato natural é o senador Paulo Bauer, que teve um bom desempenho contra Colombo em 2014, mas não emplacando segundo turno. É o candidato oficial do partido, que promete bater martelo sobre o candidato ainda em dezembro deste ano. O que dificultaria uma eventual candidatura de Napoleão Bernardes, que caso escolhido, deveria deixar a Prefeitura em abril de 2018.
Dos demais grandes partidos, o PP, PDT e PT acompanham de perto as movimentações, para visualizar os caminhos. Não terão candidatos ao Governo e caso tenham será para cumprir tabela ou negociar um apoio no segundo turno. Estão hoje mais próximos do projeto do PSD. PMDB e PSDB estão mais distantes por conta das questões nacionais.
O PSB ganhou musculatura, mas não para vôos individuais. O cacique mor Paulinho Bornhausen já sinalizou a parceria com o projeto do PSD, de Colombo, no mesmo evento que o governador anunciou a candidatura de Merisio.
O PR de Jorginho Mello anuncia independência, com candidatura própria. Balão de ensaio.
São essas sinalizações deste carnaval de 2017 na política catarinense. Ainda há muito para acontecer.
Fatores externos são decisivos, como o desdobramento das delações dos executivos da Odebrecht e uma eventual cassação de Michel Temer.
Mas a folia de hoje é esta.
Lançaria (lanço) Napoleão Bernardes candidato a Governador do Estado de Santa Catarina em 2018.
Insistir em Paulo Bauer será suicídio político do PSDB em Santa Catarina.
Insistir em Paulo Bauer será, apenas, atender às vaidades deste excelente senador.
Os caminhos de Santa Catarina conduzirão Napoleão Bernardes à Casa d’Agronômica.
A Casa d’Agronômica conduzirá Napoleão Bernardes ao Palácio do Planalto.
Não adianta falar-se em “nova política” e apresentar candidato antigo.
Façam esta experiência prática e por demais básica: ponham os dois postulantes (permitam-me denominá-los assim) perante uma plateia de umas mil pessoas e concedam a ambos 30 minutos de discurso.
Que nome surgirá, que nome surgirá?…
Eu, o sábio Alcino Carrancho, assim o afirmo.
Ponto final!
Boa sorte Blumenau!
Boa sorte Santa Catarina!
Boa sorte Brasil!
Alcino Carrancho
Alcino,
Esperamos que estejas errado….seria desagradável demais ter que ver ocorrer no estado o que estamos vendo em Blumenau .
Olá, Sr. Rubens Serpa, o sempre atento!
Na verdade, na verdade, como dizia o velho Ulisses Guimarães, a política é como as nuvens: olha-se para elas e estão de um jeito agora, para, de repente, estarem de outro jeito depois.
Aquele foi o meu pensamento.
Aquele é o meu pensamento.
Torço por ti, torço por nós!
Grande abraço.
Alcino Carrancho