O jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, esteve na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (25), para prestar esclarecimentos sobre os vazamentos que revelam conversas entre o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro e integrantes do Ministério Público Federal no Paraná (MPF), que colocam em dúvida a imparcialidade dos processos da Operação Lava Jato, que passaram pelas mãos do então juiz.
Greenwald começou sua participação falando sobre a sua vida, carreira e sobre o Brasil. O jornalista é casado com o deputado federal David Miranda (PSOL), que assumiu uma cadeira na Câmara, depois da renuncia do deputado eleito, Jean Wyllys, do mesmo partido.
Greenwald liderou a equipe do jornal britânico The Guardian que venceu o Prêmio Pulitzer pelas reportagens sobre os documentos vazados pelo ex-agente da NSA, Edward Snowden, que revelava o sistema de vigilância virtual dos Estados Unidos.
Pelo mesmo tema, o jornalista ainda ganhou um Oscar de melhor documentário e o no Brasil, o Prêmio Esso.
Entrando no assunto sobre os vazamentos, Greenwald falou sobre o ex-juiz e hoje ministro Sergio Moro, sobre a sua relação com o MPF e o comportamento antiético revelado nas mensagens.
Greenwald disse que a autenticidade das mensagens foi comprovada, pois usaram o mesmo método jornalístico empregado no caso Snowden. O jornalista Reinaldo Azevedo, a BandNews FM e o Jornal Folha de São Paulo – que assegura que os arquivos não foram alterados – estão trabalhando junto com a equipe do site The Intercept Brasil, para apurar os fatos e redigir as reportagens, que segundo ele, estão sendo divulgadas na medida em que estão sendo finalizadas.
Falou sobre o papel do jornalismo na democracia, sobre ameaças que sua família está recebendo e ironizou a falta de memória de Sergio Moro. Sobre deixar o país, Greenwald disse que pode, mas prefere estar aqui.
Deputados do PSL e aliados questionaram a autenticidade das mensagens, a forma com que o jornalista tem divulgado as matérias, mantiveram o discurso dos hackers e acusaram Greenwald e seu esposo, David Miranda, de terem comprado o mandato do deputado eleito Jean Wyllys. Sobre a acusação, Greenwald cobrou evidências.
O jornalista ainda foi desafiado por uma deputada do PSL a divulgar todo o conteúdo das mensagens. Greenwald disse que o PSL vai se arrepender pelo pedido. Depois da resposta, a deputada deixou a sessão.
A oposição enaltecendo o trabalho do jornalista, falou sobre as contrariedades no discurso de Sergio Moro no Senado, relações entre o ministro e os Estados Unidos – onde o ministro está -, interesse estrangeiro na Operação Lava Jato, ameaças que o jornalista está sofrendo e a proteção que deveria ser dada pela justiça à sua família.
A fala do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) – de que se as conversas vazadas envolvessem um parlamentar, o político já estaria preso ou cassado – repercutiram na audiência. Sobraram pedidos de afastamento de Sergio Moro do cargo de ministro e de CPI para investigar o caso.
PT e aliados usaram o conteúdo das mensagens vazadas para trazer ao debate o processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No decorrer da audiência, Greenwald sofreu algumas ofensas homofóbicas de um deputado. Em resposta, o jornalista disse que anotaria o que foi dito e lembrou a decisão do STF que criminalizou a homofobia.
Greenwald se fez entender. Disse que apesar de Moro, as reportagens vão continuar. Mostrou ainda a posição de um jornal e de uma revista que mudaram de opinião em relação ao ministro Moro depois dos vazamentos das conversas.
Glenn Greenwald voltou a falar da seriedade do que está sendo divulgado, falou que conseguiu dialogar com os dois lados, agradeceu quem o parabenizou pelo trabalho e lembrou dos parceiros que estão apurando e divulgando o conteúdo.
Finalizando, disse que a discussão não é sobre Lula e Moro, sobre direita e esquerda, “feliz ou zangado por Lula estar preso”, é sobre como a democracia vai funcionar de um jeito saudável. Completou que para isso, são necessárias duas coisas: imprensa livre para que os atos dos poderosos sejam transparentes e um processo judicial justo.
Pateticamente e falaciosamente esse Greenwald diz ter obtido as informações de fonte ANÔNIMA!! ou seja, a covardia e fake news são irmãs da criminosa invasão dos hackers.
Esse cara também já deveria estar preso por ter ameaçado a deputada do PSL!