Preciso dizer que vejo com bons olhos o trabalho que vem sendo desenvolvido pelas autoridades em todas as esferas de poder, com exceção ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas aplaudindo a atuação de seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Não é fácil estar no olho deste furacão numa situação de calamidade pública para qual o Brasil e nenhum outro país estava preparado. O novo Coronavírus é um inimigo invisível que exige respostas rápidas que não conhecemos, com efeitos colaterais também pouco conhecidos.
Com respaldo da comunidade científica, mas enfrentando resistência de setores da sociedade, que com razão enxergam mais prejuízos do que resultados e com um presidente que vai na contramão do bom senso, as autoridades entendem que o isolamento horizontal, para toda a população, com poucas exceções, é o melhor neste momento.
O governador Carlos Moisés (PSL), ele mais que ninguém eleito pela onda 17, balançou na corda nesta semana. Bombeiro de profissão, talvez tenha sido o primeiro governador a adotar medidas radicais de confiamento social e estava indo bem, até o infeliz pronunciamento presidencial em cadeia nacional do dia 24.
A fala de Bolsonaro, reverberada pelos seus seguidores mais extremados e potencializada pela angústia de quem está há mais de dez dias em casa, trabalhadores e empreendedores que começam a ver as faturas chegando sem saber se o dinheiro dará e se o emprego está garantido, gera insegura e joga combustível contra as autoridades que buscam seguir o que especialistas recomendam para este momento.
Mas se o governador titubeou ao anunciar na última quinta-feira a flexibilização para alguns setores retornarem suas atividades, a partir desta segunda-feira, teve o bom senso de reavaliar sua decisão e voltar atrás, anunciando a prorrogação do isolamento no estado por uma semana.
Não tem vacina, não tem estrutura, não se tem know-how e se trabalha com diferentes informações. A Covid-19 é uma inimiga invisível que nos faz aprender com ela a melhor forma de combatê-la.
Não existe receita, como não existe decisão fácil.
Mas, ao ficar do lado da preservação de vidas em detrimento a pressão de alguns setores produtivos, Carlos Moisés volta a ser o bombeiro que zelava pela saúde das pessoas.
Agora, precisa apresentar uma proposta para minimizar os impactos na economia catarinense e, sobretudo, as ações na área da saúde, como aquisição de equipamentos e a montagem dos novos leitos de UTIs.
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