Blumenau é conhecida em todo o Brasil como uma das cidades com maior influência germânica em sua cultura e história. Até mesmo quem não é blumenauense consegue perceber a influência germânica na cidade. Uma das organizações que ajudam a cultivar essas tradições é o ICBA – Instituto Cultural Brasil Alemanha de Blumenau, uma entidade sem fins lucrativos, criada com o objetivo de fomentar e cultivar as tradições da língua e cultura alemãs para a região. Atualmente, é parceiro homologado do Instituto Goethe para aplicação de certificação internacional em todos os níveis de conhecimento da língua alemã.
“Blumenau foi fundada em 1850 por alemães, esses primeiros imigrantes trouxeram consigo a sua língua, as suas tradições e os seus costumes. A missão do ICBA é, e sempre foi, preservar e fomentar esses valores. Creio que conseguimos fazer isso no decorrer de todos esses anos, mas é preciso dar continuidade a esse trabalho, ou então esses costumes podem se perder”, comenta Eva Ruth Maier, que foi diretora executiva do ICBA durante 30 anos e hoje é responsável pela preparação para a certificação internacional. Ela complementa: “Por isso a importância do ICBA, no sentido de ajudar a manter vivo o idioma e as tradições. O idioma estrangeiro abre portas para o mercado de trabalho, para o lazer, para o conhecimento de novas culturas. Língua e cultura são dois conceitos que devem andar sempre de mãos dadas”.
Oportunidades alcançadas
“O ICBA foi fundamental, com profissionais sérios e dedicados, que puderam me orientar na busca dos meus objetivos”, conta Marcelo Odebrecht, engenheiro de Software e ex-aluno do ICBA. Odebrecht iniciou seus estudos no ICBA aos 9 anos de idade, com uma “breve temporada”, retornando aos seus estudos na entidade apenas em 2012, aos 35 anos. “Logo em 2013 fui sorteado entre os alunos daquele ano e ganhei do ICBA/Instituto Goethe um curso intensivo de alemão de quatro semanas com todas as despesas pagas. Pude escolher em qual unidade do Instituto Goethe seria o curso. Em outubro daquele ano viajei para a Alemanha e frequentei as aulas em Göttingen, na Baixa Saxônia. Foi uma oportunidade ímpar de aprendizado com imersão na cultura/idioma”, aponta.
Por meio do aprendizado do idioma, Odebrecht relembra que teve boas oportunidades profissionais, enquanto trabalhou na T-Systems, com importantes clientes alemães. Em 2016 participou de um treinamento de dois meses em Stuttgart para um projeto da área automotiva.
“Desta época em diante, cresceu a vontade de fixar residência na Alemanha. Nos anos seguintes continuei atuando em projetos com clientes alemães, o que me manteve diariamente em contato com o idioma. Neste ano (2022) consegui um contrato para atuar numa empresa em Stuttgart e em junho do mesmo ano iniciei a minha mudança para a Alemanha”, conta. Durante sua estadia na Alemanha, Odebrecht também fez fotos analógicas que posteriormente revelou em seu laboratório particular e em parceria com ICBA, realizou uma exposição, idealizada por Eva.
55 anos plantando sementes e colhendo frutos
Não apenas para os alunos, mas também para quem está envolvido em todo o processo de aprendizado, o ICBA ajudou a construir laços. Tatiana Barcellos, coordenadora pedagógica, é um exemplo desses laços construídos. “Eu sou descendente de alemã e eu nunca dancei samba, nunca fui de noitada e eu me sentia um E.T. dentro do Brasil. Eu pensava, se eu sou brasileira, por que eu não me encaixo? E somente quando eu fui olhar para a minha cultura e estuda-lá de fato, que compreendi, que na verdade eu venho de uma cultura um pouco mais séria, um pouco mais ríspida. Foi quando achei o meu espaço e consegui desabrochar”, relata.
Tatiana, como professora, também conta que é essa sensação de poder desabrochar e poder achar um lugar no mundo para si, que tenta passar para seus alunos. ’Eles me perguntam e eu tento achar a resposta, porque eu espero que eles consigam encontrar o caminho deles. Pois o alemão não é fácil, tem que se dedicar e estudar, mas é esse amor pela língua e cultura de seus antepassados, que faz com que muitos descendentes da região se sintam como eu”.
Mais informações sobre o ICBA: https://www.
Fonte: Presse Comunicação
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