IPCA: preços sobem 0,56% em dezembro e têm alta de 4,62% em 2023

Foto: reprodução internet

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,56% em dezembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Neste mês, o destaque foi o grupo de Alimentação e bebidas, que registrou a maior variação (1,11%) e o maior impacto (0,23 ponto percentual) no índice geral. O resultado do mês representa uma forte aceleração, já que o IPCA havia fechado novembro com alta de 0,28%. Em dezembro de 2022, teve alta de 0,62%.

Com isso, o país teve uma inflação acumulada de 4,62% em 2023. O resultado, portanto, vem dentro do intervalo da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). É a primeira vez que a meta foi cumprida desde 2020.

O número para o mês e para o ano vieram acima das projeções do mercado financeiro. Eram esperadas altas de 0,49% para dezembro e de 4,55% para o ano.

Todos os grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta no mês. Mas o grupo Alimentação e bebidas, principal responsável pela desinflação de 2023, foi destaque de alta pelo segundo mês seguido. Houve aceleração tanto de produtos in natura como no comércio de alimentos.

De acordo com o IBGE, o subgrupo Alimentação no domicílio subiu 1,34% em dezembro. Os destaques foram a batata-inglesa (19,09%), feijão-carioca (13,79%), arroz (5,81%) e frutas (3,37%).

Já a Alimentação fora do domicílio teve alta de 0,53% no mês, acelerando em relação ao mês anterior (0,32%). O instituto destaca as altas do lanche (0,74%) e refeição (0,48%), que subiram mais que em novembro (0,20% e 0,34%).

“O aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas”, explica o gerente do IPCA, André Almeida.

Veja o resultado dos grupos do IPCA:

Alimentação e bebidas: 1,11%;
Habitação: 0,34%;
Artigos de residência: 0,76%;
Vestuário: 0,70%;
Transportes: 0,48%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,35%;
Despesas pessoais: 0,48%;
Educação: 0,24%;
Comunicação: 0,04%.

Mais destaques de dezembro

Além da segunda alta consecutiva dos Alimentos e bebidas (1,11%), o grupo de Habitação teve altas relevantes na energia elétrica residencial (0,54%) e na taxa de água e esgoto (0,85%).

Já os preços de Transportes registraram aceleração, de 0,27% em novembro para 0,48% dezembro. Um novo aumento de 8,87% nos preços das passagens aéreas, fizeram do subitem a maior contribuição individual do mês, de 0,08 p.p.

Os combustíveis, porém, tiveram uma deflação de 0,50%, com quedas em todos os principais subitens: óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%).

Ainda assim, a gasolina foi a maior alta entre todos os subitens no ano passado, e Transportes foram o grupo de maior peso. (saiba mais abaixo)

Veja o resultado dos grupos do IPCA em 12 meses:

Alimentação e bebidas: 1,03%;
Habitação: 5,06%;
Artigos de residência: 0,27%;
Vestuário: 2,92%;
Transportes: 7,14%;
Saúde e cuidados pessoais: 6,58%;
Despesas pessoais: 5,42%;
Educação: 8,24%;
Comunicação: 2,89%.

Mais destaques do ano

Apesar de ter o segundo maior aumento nominal (7,14%), o grupo Transportes teve o maior peso no índice geral de inflação, com 1,46 ponto percentual.

A gasolina, que faz parte do grupo, foi o subitem com maior peso entre os 377 que compõem o IPCA. No ano, a alta foi de 12,09%, com o impacto de 0,56 p.p.

Também no grupamento estão outros dois subitens que fazem o pódio dos aumentos de preços mais relevantes para o IPCA. O emplacamento e licença teve alta de 21,22% no ano e peso de 0,53 p.p. no IPCA. As passagens aéreas vêm em terceiro lugar no ranking, já que subiram 47,24% no ano e tiveram contribuição de 0,32 p.p. no índice.

No grupo de Saúde e cuidados pessoais, a maior contribuição veio do plano de saúde (11,52% de alta e 0,43 p.p. no índice). Em Habitação, a principal contribuição positiva veio da energia elétrica residencial (9,52% e 0,37 p.p.).

Fonte: g1

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