O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou nesta quinta-feira ,14, em audiência no Senado, que as Forças Armadas não serão em “tempo algum” os revisores das eleições de outubro e que elas estão seguindo “rigorosamente” as orientações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o processo eleitoral.
“Em absoluto, jamais, em tempo algum, seremos revisores de eleições. Tudo que a gente tem feito é seguindo rigorosamente as resoluções do TSE. Talvez as Forças Armadas, pela história, pelo nome que têm, ter se engajado mais forte nesse processo a convite, a própria mídia especializada, a grande mídia, porque tudo que diz a respeito das Forças Armadas, normalmente aparece mais, e aí dá a impressão de que a gente é o protagonista”, afirmou.
Segundo o ministro, os protagonistas são o próprio TSE, o “povo brasileiro, a transparência e a segurança”. Ele participou de uma audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, com o propósito de debater sobre as sugestões dadas pelas Forças Armadas ao TSE para aprimorar a segurança das urnas eletrônicas.
A confiabilidade e a segurança das urnas eletrônicas vêm sendo atacadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e por apoiadores.
Durante a audiência, Paulo Sérgio Nogueira também se disse “chateado” por ver o nome das Forças Armadas relacionado a uma “ameaça à democracia”.
“O que se escuta muito me deixa bastante chateado, chateado como ministro, como membro das Forças Armadas. É por vezes ouvir e ler ‘ataque à democracia’ como se nós estivéssemos atacando a democracia, não mostrando um produto acabado de algo interessante para o sistema eleitoral brasileiro que é essa parte técnica”, afirmou.
Propostas ao TSE
Ainda durante a audiência, o ministro falou que, das 15 propostas enviadas ao TSE sobre o processo eleitoral, três foram totalmente acolhidas, três foram parcialmente aceitas, duas para pleitos futuros e sete recusadas.
Ele detalhou três propostas que as Forças Armadas entendem como essenciais: “realizar o teste de integridade com biometria nas mesmas condições da eleição, na sessão eleitoral; realizar o teste público de segurança nas urnas; e quem faz [as eleições] não deve ser quem audita, então auditoria [tem que ser] independente”.
O ministro também falou que, apesar do ruído recente entre os Poderes, as Forças Armadas estão à disposição: “Sempre que fomos chamadas a colaborar com o TSE, estivemos prontos. Sempre buscamos o diálogo permanente”.
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