Julgamento Tapete Negro: presidente do TRE coloca MP e GAECO sob suspeita

Imagem: reprodução YouTube

Na retomada do julgamento dos desdobramentos eleitorais do caso que ficou conhecido como Operação Tapete Negro, que veio a público no final de 2012, depois das eleições, o pleno do Tribunal Regional Eleitoral se reuniu nesta quarta-feira, 6, para avaliar os recursos de Fábio Fiedler, Robinho, Braz Roncáglio e do vereador Almir Vieira, condenados em primeira instância no final de 2018.

Não vou me ater ao julgamento, já trabalhado nesta reportagem  

Mas uma coisa me chamou atenção. A postura do presidente Cid José Goulart Júnior na fase dos debates. Ele fez referência a um dos argumentos da defesa de um dos acusados, Fábio Fiedler, e coloca em xeque a idoneidade e credibilidade do Ministério Público Eleitoral e do GAECO, grupo de atuação especial que tem o MP no comando.

O questionamento se deu por conta do coordenador do GAECO de Itajaí na época (não havia ainda GAECO em Blumenau), que comandou  a ação criminal que culminou com o processo eleitoral, ser irmão do então vereador eleito Jefferson Forest (PT), que é também genro dos ex-deputados Décio e Ana Paula Lima.

Sem citar o nome dos três, o presidente do TRE disse considerar “estranha” esta situação, aliado ao fato que só políticos de partidos adversários foram pegos na investigação, ignorando o fato de que a investigação começou por suspeitas de irregularidades na Prefeitura de Blumenau, na época comandada pelo grupo político dos acusados e não pelo PT, fato que por si só já derrubaria o argumento do magistrado.

“Se não estou equivocado, quem fez todo o processo de gravações e depois encaminhou para o Ministério Público Eleitoral, fez a seleção, foi o promotor que é irmão de um vereador do partido opositor dos recorrentes”, no caso, os acusados.

“Longe de querer acusar quem quer que seja, mas isso me deixa inquieto, é uma coisa estranha, que me causa arrepios”, finalizou Cid José Goulart Júnior.

Procurei os dois promotores que atuaram no caso na época, Gustavo Merelles na ação criminal e Odair Tramontin, na eleitoral. Lamentaram a fala, mas preferiram não se pronunciar. Também tentei uma palavra do promotor Jean Forest, responsável pelo Gaeco de Itajaí na época, mas não obtive resposta.

O julgamento estava empatado em dois a dois e foi suspenso depois de pedido de vista de outro magistrado.

Confira a fala do magistrado.

2 Comentário

  1. A Petralhada sempre metida em tudo quanto é lugar. Até em Blumenau……

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