Jornalismo, Imprensa, liberdade de expressão e panfletos

Foto: Divulgação

No recente bate boca envolvendo os vereadores Aílton de Souza, o Ito (PL), e Emmanuel dos Santos, Tuca (NOVO), que teve a participação do presidente Almir Vieira (PP) e de Bruno Cunha (Cidadania), o único que tocou no cerne da questão foi o Bruno, condenando o discurso de homofobia e de ódio. Aconteceu durante o final da sessão ordinária da última quinta-feira.

O vereador Tuca diz que cumpre seu objetivo de fiscalizar o uso de recursos públicos, no caso, para questionar o uso de recursos municipais, destinado por lei e com os selecionados escolhidos pelo Conselho Municipal de Cultura, para uma evento LGBTQIAPN +. São vários projetos culturais – e de outras áreas – por ano, mas este é o primeiro que o vereador faz questão de reverberar, neste período pré-eleitoral, de olho no eleitor mais conservador.

Mas não é sobre isso que o Informe Blumenau quer tratar.

Num determinado momento do debate na sessão de quinta-feira, tanto Tuca quando Almir falaram em liberdade de imprensa, de expressão, imprensa livre e de “jornalista”. Tudo porque a discussão foi motivada pelo compartilhamento, por parte do vereador do NOVO, de um post de um blog atacando o evento, a Prefeitura, o prefeito e alguns vereadores, entre eles, Ito.

Os vereadores sabem e precisam deixar claro. O blog em questão não é de jornalismo. É um panfleto digital, daqueles que surgem nos períodos eleitorais. Existem outros assim.

Existe uma diferença abissal entre a comunicação que eles praticam e o papel dos sites de jornalismo. É importante aqui marcar posição, em especial os portais, segmento que atuamos, e mostrar a diferença para os panfletos digitais, como aquele que motivou a polêmica na Câmara. Diga-se de passagem, com uma posição clara no processo pré-eleitoral, contra a Prefeitura e o PL de Ito, favorecendo a pré-candidatura do NOVO à Prefeitura.

Como jornalista formado há 35 anos, professor do curso de Jornalismo por seis, defensor do diploma para jornalistas, escrevo, a duras penas, que não vejo a formação como exclusividade para exercer a atividade, ainda mais nestes tempos de redes sociais.

Temos bons exemplos em Blumenau de profissionais que não tem formação acadêmica, mas fazem um trabalho responsável, digno e de qualidade.

O jornalismo profissional erra, infelizmente mais que devia. Mas garanto que quem é profissional, vive disso, tem responsabilidade e sabe que a credibilidade é a principal ferramenta do jornalismo. Não inventamos, não criamos, não trabalhamos para A ou B.

Na política, o Informe Blumenau tenta dar equilíbrio a todas as forças, sempre entendendo o tamanho de cada uma. Dar voz, espaço. Dar visibilidade as ações, expor as contradições. E dá opinião, deixando claro isso. Não contra ninguém, mas a favor do leitor. Do jornalismo.

Por isso, alguns políticos precisam refletir sobre suas posições sobre imprensa e liberdade de expressão. São conceitos chaves para entender a sociedade atual e o papel de cada um.

Sobre os pronunciamentos na Câmara, é possível acompanhar aqui.

 

1 Comentário

  1. Caro Alexandre ,
    A discussão de Ito e Tuca , deixou claro para todos a qualidade que temos no legislativo . Com tantos assuntos importantes a tratar, ficaram brigando como dois estudantes de quinta série .Discussão de ano eleitoral, um defende o partido que filiou o prefeito, o outro defende o NOVO , que de novo não tem nada . Quanto ao evento, independente para qual classe foi feito, apurem , se houver algo errado façam cumprir a lei , se estiver tudo certo , calem-se .
    Minha campanha este ano : #SEMREELEIÇÃO
    Seria mais útil discutirem a elevação e manutenção da barragem de Ituporanga , a manutenção da barragem de José Boiteux , o dick da primeiro de Janeiro, a prevenção contra as cheias , mas não , ficam igual a moleques , utilizando de dinheiro público para discutir abobrinhas .

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