Antes de nada, é preciso deixar claro. A postagem não é motivada por uma eventual suspeita do Informe no que diz ao ex-prefeito e deputado federal. Mas sim porque João Paulo Kleinübing é figura central na vinda da Odebrecht Ambiental para Blumenau.
Foi no final do primeiro mandato de JPK, em dezembro de 2008, que a Câmara de Vereadores recebeu e aprovou o projeto que autorizava o Município a fazer a concessão do serviço de esgoto. Em dezembro de 2009, já no segundo mandato, saiu o resultado do edital de concessão, com a Foz do Brasil (que depois virou Odebrecht) sendo a vencedora. Em fevereiro de 2010, o contrato foi assinado e as obras começaram
Todo este processo foi conturbado e nebuloso, com muitos questionamentos do Ministério Público, mas nada de ilegal ficou comprovado, pelos menos do ponto de vista jurídico.
Uma das grandes criticas minhas a esse processo na época dizia respeito ao fato de Blumenau ter perdido mais de R$ 40 milhões, dinheiro a fundo perdido da União, para implantar cerca de 16% de rede de esgoto na cidade. Mas quando a Foz começou a trabalhar, o Governo Federal suspendeu os trabalhos, entendo não ser compatível colocar dinheiro público aqui por conta da concessão.
E é esta fatura que a Odebrecht Ambiental cobrou de Kleinübing e depois de Napoleão Bernardes (PSDB), fato explicado pelo executivo Paulo Welsel, superintendente da empreiteira para a região sul do pais, na delação que estremeceu Blumenau. A empresa alegou que contava receber a cidade com cerca de 20% do esgoto coletado. Isso não acontecendo, alega prejuízos por ter que assumir este serviço, além de não contar com a receita que viria do esgoto já implantado.
No final do segundo mandato, Kleinübing assinou a proposta de reequilíbrio financeiro solicitada pela empreiteira, contrato este que sofreu nova adequação quando o tucano assumiu, fato citado também pelo delator Paulo Welsel.
Independente de legalidade ou não, as decisões tomadas pelo então prefeito João Paulo Kleinübing geraram este furdunço todo. Primeiro ao acelerar a concessão quando obras de implantação de esgoto estavam sendo realizadas com dinheiro público e depois, quando houve as readequações do contrato com a Foz do Brasil.
Por fim, é importante dizer que essas delações tem como base o dinheiro entregue para candidatos a prefeito de Blumenau em 2012 e não o que veio antes, a origem da concessão e e toda a discussão sobre os aditivos solicitados pela empreiteira.
Ou seja, a lupa está direcionada para outro momento deste negócio milionário e obscuro que foi imposto goela abaixo à cidade.
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