Para garantir a maioria para eleger uma Mesa Diretora na Câmara de Blumenau, são necessários oito votos, isso se houver duas chapas. A chapa liderada pelo vereador Aílton de Souza (PL) apresentou, nesta segunda-feira, um documento com nove assinaturas.
Tem, além de Ito, Diego Nasato (Novo) como vice-presidente, Egídio Beckahuser (Republicanos) como 1º secretário e Cristiane Loureiro (Podemos) 2ª secretária.
A eleição propriamente dita não aconteceu, somente em janeiro, mas o documento assinado gera compromissos que são difíceis de serem desfeitos. E sinaliza muita coisa.
A primeira é que o favoritismo do atual presidente para mais um mandato foi para as cucuias. Conversei hoje com uma pessoa ligada a Almir Vieira (PP), antes do anúncio da chapa de Ito, que acreditava que o NOVO fecharia com a candidatura “oficial”, com seus dois votos, e não contava que Bruno Cunha (Cidadania) tomasse posição antes de o governo entrar em campo. A articulação governista do prefeito eleito não deu muita bola e Bruno tomou sua posição quando percebeu que os oito votos estavam definidos. Ele é o nono voto, que não é o decisivo, mas dá tranquilidade.
E se o Governo (leia-se o futuro) demorou para entrar em campo, é pouco provável que entre no segundo tempo para tentar reverter o placar. Mas, se fizer, corre o risco de desgaste, afinal esta é uma chapa liderada pelo vereador mais votado do PL, tem o apoio de dois dos eleitos pelo 22 e conta com o apoio de cinco eleitos pela aliança governista. E ainda isola o PT.
A construção da chapa tem dois protagonistas.
Ito, que apresentou seu nome quando viu que poderia ser uma via alternativa para a queda de braço de Almir Vieira (PP) com Egídio Beckahuser e Egídio, mais uma vez, mostrou toda sua habilidade política, assim como em 2020, quando, numa jogada de mestre, se elegeu presidente da Mesa numa vitória improvável. Deu um passo atrás, recuou na sua candidatura a presidente e saiu vitorioso, por enquanto, na disputa particular com Almir Vieira, ocupando a 1ª secretaria.
Seis vereadores eleitos ficaram de fora do “documento” assinado nesta segunda-feira, em um shopping de Blumenau. O próprio Almir, seu colega de PP, Marcelo Lanzarin, o atual e provável secretário de Educação, Alexandre Matias (PSDB), Jovino Cardoso (PL) e os dois do PT, Adriano Pereira e Jean Volpato.
É uma derrota do Governo, atual e próximo? Sim, é. O discurso é que o Executivo não interfere nas coisas do Legislativo, mas é só discurso. Ambos, o que sai e o que entra, viam Almir como o preferencial para conduzir o Legislativo nos dois primeiros anos de gestão.
Mas Ito é Governo, é base. Tende a seguir assim, mas vai exigir da futura administração sinalizações diferentes.
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