Mesmo comprovando competências técnicas e o talento para a liderança, as mulheres precisam demonstrar a todo o momento que merecem estar onde estão e que podem ir muito além. Ainda assim é comum identificarmos padrões injustos em corporações dominadas por homens. Dos boicotes indiretos, como barrar elas em recrutamentos, falta de apoio direto ou mesmo as retaliações por opiniões divergentes, até os boicotes diretos, quando, indiferente a tudo, a única questão de “honra” é do grupo de homens não querer permitir uma mulher à frente, no posto de decisão.
É preciso entender que, para ser uma liderança de destaque, ter um ótimo perfil como coach e trazer resultados surpreendentes, independemos de gênero. Mas, infelizmente, o que ninguém diz sobre liderança feminina é que, mesmo com perfil essencial de liderança, elas ainda precisam lidar com comportamentos machistas inadequados sem se deixar abater e não entrar no jogo – que pode acontecer – da valorização versus desvalorização pautado no aspecto do gênero.
Tão machistas e já batidas, as justificativas sobre o humor oscilante, dificuldade em separar o pessoal do profissional ou atuar com emoção no lugar da razão ainda circulam nos departamentos e corredores das empresas, soando como brincadeirinhas – ridículas – internas, parecendo menos agressivas, porém não deixando de ter conotação preconceituosa. Fica perceptível uma apologia que serve de escape para aqueles que têm receio em disputar as vagas de gestão com as mulheres tão bem qualificadas do mercado. São profissionais presos em modelos mentais e concepções errôneas, desvalorizando o diferente e fazendo a organização perder como um todo.
Organizações que apostam em equipes de liderança com olhar aberto para estas questões, conquistam times mais sinérgicos, criativos e que se complementam, aptos a perceber diferentes perspectivas sobre todas as questões, atuando com maior propriedade na resolução de problemas, por exemplo. Diferenças somam, trazem ganhos e são benéficas para a organização, público interno, clientes e comunidade.
Mulheres podem sim ir além, apenas acreditando no seu potencial e jamais se limitando às barreiras da cultura machista, aproveitando ainda as polaridades que possuem, já que a atual complexidade das organizações pede lideranças com competências emocionais e sociais cada vez mais presentes, sendo um diferencial necessário. Acreditando e traçando seus objetivos irão trilhar belos caminhos, sejam em carreiras dentro de grandes empresas ou como empreendedoras a partir das suas próprias criações.
A posição de destaque das mulheres também fica de lado na política. Onde as únicas reportagens que aparecem são das candidatas laranja, enquanto dos homens se falam dos pré candidatos, alianças etc. É difícil para as mulheres que querem ser candidatas serem relevantes se nem aparecem seus nomes nas manchetes políticas..