Pelas redes sociais, acompanhamos que a Marcha da Maconha, prevista para este domingo em Blumenau, aconteceu, mesmo com a pressão de duas leis aprovadas às pressas. Foi sancionada sexta-feira, 1º, a legislação que permite multar usuários flagrados consumindo drogas em espaços públicos, de autoria do Executivo, e quem fizer apologia às drogas, com uma emenda do Legislativo.
Uma legislação claramente inconstitucional e inócua. As polícias já tem este poder – e são as únicas -, não cabe ao ente municipal fazer isso, até pela falta de estrutura. Você imagina, um servidor da Defesa Civil de Blumenau, com tanta coisa para fazer, interpelar um grupo de jovens que estejam consumindo drogas com um bloquinho na mão?
O uso de drogas consideradas ilícitas já é tipificado criminalmente e quem, eventualmente for pego, tende a ser fichado. Deveria, pelo menos. Por quem tem poder de polícia. Já tem lei.
O debate que a Marcha da Maconha quer fazer é porque consumir Cannabis é crime, se outras drogas são usadas, como o álcool, o cigarro e medicação? Estudos apontam que a maconha está atrás destas drogas em termos de dependência química. É balela dizer que usuários de outras drogas mais fortes começaram com a maconha. O álcool vem antes e vivemos na capital nacional da cerveja, que a realiza a segunda maior festa de chope do mundo.
Por outro lado, é inegável o uso medicinal que vem sendo feito a partir da Cannabis, com muito sucesso.
Era esta ponderação que um grupo de jovens quis fazer neste domingo, 03, na rua XV de Novembro. E um grupo de políticos conservadores, que diz defender a liberdade, tentou barrar. Eles dialogam com seu público, mas precisam entender o papel que ocupam.
Mas, nesta tentativa, reverberou muito mais este debate. O grupo de participantes era de 200, 250, em sua maioria jovens. Provavelmente ficaria entre eles a repercussão da marcha.
Mas com a ação da nossa classe política, estamos aqui dando visibilidade ao tema, que merece o debate. E mais. Debate assegurado como liberdade de expressão pela nossa Constituição.
A pessoa enferma, ou mesmo em casos terminais, faz uso de medicação para drogar-se…
Hoje, o preço das drogas são ditadas pelo livre mercado, sem interferência estatal. À partir da legalização isto mudará.
Os políticos em questão são oportunistas. Buscando visibilidade. Um até pagou um mico, imitando o jornalista de segunda categoria da nossa cidade.