No cenário pré-eleitoral que se desenha em Blumenau, teremos duas candidaturas de esquerda, três de direita e uma de centro. Ouço de algumas pessoas que entendem que o cenário de 2022, quando vários candidatos de direita dividiram o eleitor, colocando o PT de Décio Lima no segundo turno, possa se repetir na eleição municipal.
O Informe Blumenau não vê assim, não enxerga possibilidade da esquerda conseguir ascender ao segundo turno na cidade. Mas entende que sim, uma candidatura de centro, com o perfil da de Maria Regina Soar (PSDB), possa ter um apelo eleitoral, por algumas razões, não somente a divisão do eleitorado.
Entre os pré-candidatos do campo do centro-direita, Maria Regina é a única com experiência em gestão pública, conhece o funcionamento da Prefeitura, é mulher, católica e ligada a família. Nome colocado para ser candidata logo depois da reeleição de Mário Hildebrandt, ficou de fora do projeto oficial do prefeito, hoje no PL, que tem Egidio Ferrari como pré-candidato. Mas, tem a simpatia de boa parte dos secretários municipais e cargos comissionados e um partido que tem estrutura na cidade e uma nominata de vereadores robusta.
Isso se houver uma divisão das candidaturas da direita. Dois nomes buscam colar no Bolsonarismo, apesar de não serem bolsonaristas de carteirinha. Egidio, que concorrerá pelo 22, e Odair Tramontin (NOVO). O mais bolsonarista dos pré-candidatos, o ex-deputado Ricardo Alba, concorre por um partido, o Podemos, que está longe do campo da direita.
Em tese, o eleitor simpático as ideias do ex-presidente Bolsonaro (PL), bastante significativo em Blumenau, terá três nomes para escolher. Mas, lembrando, a eleição municipal é, na maioria das vezes, uma escolha pragmática e não ideológica.
Resta saber se Maria Regina vai conseguir incorporar este discurso, apostando no racha deste eleitor. Se, porventura, chegar a um segundo turno, entrará como favorita, pois a polarização entre o PL e o NOVO deve deixar sequelas que impeçam alianças futuras.
Se esquerda for para o segundo turno em Blumenau, vou começar a acreditar que o trenó do Papai Noel atropelou o coelhinho da Páscoa. Aqui nossa bandeira não é vermelha e destestamos Tche Guevara.