Ao longo da última semana, o Informe Blumenau deu grande visibilidade ao conjunto de obras, cujas as ordens de serviço foram assinadas, além do edital para a construção da Ponte do Centro, ligando as ruas Itajaí e Paraguai. São fatos jornalísticos, sobre grandes obras para a cidade.
Agora, vamos a algumas considerações sobre tudo o que foi apresentado.
Não dá para negar a relevância dessas obras, consideradas o maior pacote de mobilidade urbana já visto na cidade de forma simultânea. As cinco, previstas para o financiamento internacional do BID, são consenso quanto importância.
Ou quase. Os dois terminais urbanos – Oeste e Norte -, a duplicação do trecho inicial da Rua Humberto de Campos e a readequação da General Osório. Já o binário da Rua Chile com a República Argentina é questionado por algumas pessoas, sem a ponte no traçado pensado desde o começo dos anos 2000.
Vamos começar a análise pela ponte então, que não pertence ao pacote do BID e sim será financiado pelo Governo Federal, através do PAC Mobilidade, com um custo na casa dos R$ 39 milhões.
Não entendo de pontes, mas nunca gostei da forma que o tema foi tratado pela administração tucana, depois da vitória de Napoleão Bernardes (PSDB). Com todo respeito, a proposta pareceu mais uma sacada eleitoral da campanha de 2012, sem o devido respaldo técnico.
Blumenau já havia debatido uma ponte, com o binário, há pelo menos 15 anos e o rumo mudou com uma vitória eleitoral de quem era, até então, um azarão. O carro-chefe da proposta inicial do pacote do BID, anunciado pelo então prefeito João Paulo Kleinübing (PSD) em meados de 2012, era a ponte ligando as ruas Rodolfo Freygant e Chile, ao lado da atual.
Quatro anos depois, começamos a executar uma proposta menor e sem usar o dinheiro do BID.
Não tem mais jeito, é torcer para dar o resultado que a Prefeitura espera.
Com relação as cinco obras do BID e afins. Sem dúvida, são obras de fôlego, fundamentais.
Mas estão saindo do papel quatro anos e meio depois de Napoleão Bernardes assumir, lá no primeiro mandato. Do pacote, fechado em 2012 por Kleinübing, apenas a duplicação da Rua Humberto de Campos andou, mas sem conseguir inaugurar nem o primeiro trecho.
A Prefeitura justifica a demora ao tempo dos projetos e da burocracia.
Pode até ser, porém quatro anos é meio demais.
E por fim, não entendo de planejamento, mas fico aqui a pensar.
Vamos fazer todas essas obras ao mesmo tempo? Qual a estrutura que a cidade comporta para receber tantas intervenções no nosso já caótico trânsito.
Talvez tenha gente que fale que é um problema bom.
Imagina o pessoal do bairro Velha, que terá, ao mesmo tempo, obras no acesso, na principal via e na confluência com o Água Verde? Sem falar na proposta de revitalizar a Rua Bahia, com dinheiro carimbado do BRDE.
Outra pergunta. Vamos suportar obras ao mesmo tempo na Rua Itajaí e na Ponta Aguda?
Paro por aqui os questionamentos, mas fico pensando como fazer isso tudo simultaneamente. E também se essas obras não poderiam ter sido feitas de forma gradativa. Algumas dessas cinco já poderiam estar prontas.
Parece que a administração demorou quatro anos para decidir o que faria.
Como cidadão de Blumenau, torço para que dê certo. Devemos comemorar o que está sendo alardeado agora, mas é importante fazer essas ponderações.
Agora é o momento, eleições em 2018, não é surpresa , sempre foi assim.
Falta-lhes dignidade.