O MDB de Blumenau não é, há muito tempo, nem sombra do que já representou do ponto de vista político na cidade. Vem encolhendo eleição após eleição, apesar do trabalho de alguns abnegados.
Na eleição de 2020 não elegeu vereador e na de 2022 não teve candidato a deputado estadual. Desde 2000 não tem candidato a prefeito em Blumenau.
Faz parte da administração Mário Hildebrandt (Podemos), como foi com Napoleão Bernardes, então no PSDB e foi vice, com Rufinus Seibt, do segundo mandato de João Paulo Kleinübing, então no DEM, em 2008
No tabuleiro pré-eleitoral para 2024 de Blumenau está muito perto de contar com uma peça que pode se movimentar de diferentes formas. A rainha, peça mais importante do Xadrez, neste caso, é o deputado estadual de primeiro mandato Egídio Ferrari, eleito pelo PTB, mas muito perto do MDB, em um movimento da bancada estadual.
Ainda não está sacramentado, mas já contam com ele como um colega de partido, numa conversa que começou com as lideranças do partido na cidade, em especial o presidente Daniel Hostin.
“É uma importante liderança, o MDB tem interesse em oferecer um candidato viável para Blumenau, e o perfil do deputado Egidio vem ao encontro do que pensamos”, diz Daniel Hostin, presidente do diretório municipal do MDB.
Lideranças como o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal e o presidente estadual Carlos Chiodini, deputado federal, o veem com um político de futuro, que pode preencher o vácuo do MDB em Blumenau e no Vale do Itajaí..
Só que o futuro vem a galope. É em 2024 e e com uma perspectiva motivadora. Com um nome deste, o importante “recall” como delegado e defensor da bandeira de proteção animal, um novato na política, tem um perfil e tanto para o momento eleitoral de Blumenau.
Egidio Ferrari no MDB deve atrair um bom número de novos filiados, sangue novo para formar uma nominata competitiva do partido para emplacar pelo menos um vereador.
Mas, existem três situações neste contexto.
O primeiro é a vontade dele. Ferrari “não teria sangue nos olhos para ser candidato a prefeito neste momento”, disse uma pessoa ligada a política. É isso, o próprio deputado já manifestou a falta de interesse, mas sem nunca fechar as portas. Por outro lado, interlocutores dizem que ele tem mudado, até pelas manifestações recebidas nas ruas, ele que foi um outsider na eleição passada, uma partido que nem existe mais, e vê um horizonte que não tinha.
Apesar da dificuldade em Blumenau, o MDB ainda tem muitos filiados e simpatizantes na cidade e muita tradição e organização nos demais municípios da região. Falta uma liderança que empolgue e o deputado delegado e protetor dos animais preenche este imaginário. Mas tem que querer.
A segunda situação são as amarras políticas, que estão na fase dos nós iniciais, ainda meros laços de compromisso.
O tabuleiro de dezembro de 2023, cerca de dez meses antes do pleito, aponta que o Novo e o PSD estarão juntos, e o PL de Bolsonaro e Jorginho Mello recebe Mário Hildebrandt e a vice Maria Regina Soar, tucana histórica que deixará o ninho, com o objetivo de ser a candidata a prefeita pelo 22.
Ou seja, dois caminhos importantes do campo da centro direita estão em fase de construção e, muito dificilmente, abrirão mão de liderar o processo. Mas, o MDB, que com o ingresso de Egidio deverá trazer novos nomes, pode compor com algumas destas alianças em formação, dependendo da construção política, que depende de gestos políticos.
Ou correr em voo solo, na cabeça de chapa.
Uma terceira situação, que é curiosa, não decisiva, mas significativa, é que uma das principais lideranças do MDB, membro da Executiva, é o advogado Miguel Soar, que por muitos anos foi coordenador regional do partido no Médio Vale do Itajaí. Ele é o marido da vice-prefeita Maria Regina Soar, e tem defendido a tese de aliança com o grupo de Mário Hildebrandt.
Enfim, cravar o caminho do MDB, em especial em Blumenau, é coisa de insano. Com Egidio Ferrari no time, a sigla ganha um fôlego que perdeu nas últimas décadas. Tudo pode acontecer.
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