Apesar da força eleitoral do PL nesta eleição, formando a maior bancada da Câmara dos Deputados e do Senado, a derrota de Bolsonaro pode ser mortal para o futuro da legenda a partir de 2023. No plano nacional, diz que ele assumirá a presidência da sigla, um cargo remunerado.
Resta saber se Bolsonaro terá perfil para liderar a oposição ao PT, sem mandato depois de mais de 30 anos de vida política. E lembrar que o PL é formado por políticos tradicionais e pragmáticos – sem juízo de valor – e lideranças de extrema direita, com discurso mais radical e de pouco diálogo.
Vamos pegar o exemplo de Santa Catarina. Jorginho Mello foi o eleito governador na onda 22, que garantiu onze cadeiras na Assembleia Legislativa e seis para a Câmara dos Deputados, além do senador Jorge Seif.
Muitos eleitos são alinhados com Jorginho – Ivan Naatz, Marcius Machado, Berlanda, Maurício Eskudlark, Jorge Goetten e Daniel Freitas -, mas para parte importante o aliado é Bolsonaro – Ana Campagnolo, Jessé Lopes, Carol de Toni, Zé Trovão, Daniela Reinerh – . que certamente não morrem de amores pelo governador eleito, que é pragmático – já circulou por diversos partidos, até fazendo parte da base do governo petista de Dilma Roussef.
Já deu para perceber nas posições emitidas por lideranças por conta das manifestações pós-eleição, uns criticando, como Jorginho e outros silenciando ou tentando justificar os atos. Além do mais, vale lembrar a relação de muitos com o governador Moisés durante os últimos quatro anos, eles que foram eleitos na onda 17 em 2018.
Sem Bolsonaro na Presidência, teremos mais evidenciada a diferença entre estes dois “PLs”. Um deve ir para a trincheira da oposição para manter acessa a chama do “mito” de olho em 2026 e outro que vai trabalhar para garantir governabilidade e boa relação com o Governo Federal.
Detalhe , no segundo turno não votamos em Jorginho por entender que fosse o melhor , mas jamais votaríamos no Décio Lima , vermelho aqui jamais .