O que está por trás da alta dos preços dos combustíveis; não acredite em tudo que te dizem

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Os brasileiros estão pagando cada vez mais para encher o tanque do carro. Em algumas cidades do país, o preço do litro da gasolina já passa dos R$ 7 – e se transformou num dos vilões da inflação deste ano.

Em Blumenau, o valor oscila entre R$ 5,59 a R$ 6,60 o litro da gasolina comum.

No acumulado deste ano até julho, o preço da gasolina já avançou 27,51%, enquanto o do diesel acumula alta de 25,78%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Os preços cobrados nas bombas viraram motivo de embate entre o presidente e os governadores, repercutido pelos seguidores de Bolsonaro nas redes sociais, com muita fake news envolvida. O presidente tem cobrado publicamente que os estados reduzam o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para que, dessa forma, os preços da gasolina e do diesel recuem e diz que o Governo Federal zerou as alíquotas federais, o que não é verdade.

O PIS/PASEP e Confins, tributos federais, representam 11,5%, já  o ICMS varia de 25% a 34%. Em SC o índice é de 25%, o mais baixo do Brasil. Mas em maio, o Governo catarinense elevou o parâmetro de cobrança do ICMS, de R$ 4,77 para R$ 5,04, uma situação que faz com que os cofres públicos estaduais fiquem com R$ 1,26 em cada litro vendido já na largada, independente do preço cobrado na bomba. Quando maior, como é o caso dos postos de SC, a diferença do tributo é cobrada.

Ou seja, a tributação é um fator importante no preço final dos combustíveis, mas outros fatores são decisivos para os preços terem subido tanto. Eles são reflexo das movimentações para conter a defasagem em relação ao preço do petróleo no mercado internacional e a desvalorização do real.

Até semana passada,  o dólar – moeda à qual o valor do petróleo é atrelado – acumulava alta de 0,46% sobre o real este ano. Em março, no entanto, essa valorização chegou a 11%. E o câmbio sobe – e nosso real se desvaloriza – por  alguns fatores, em especial as várias incertezas dos investidores com relação ao rumo da política econômica do governo federal, além da instabilidade institucional por conta das ameaças feitas pelo presidente da República às instituições, insinuando que as próximas eleições possam ser fraudadas – outra fake news – e fazendo acusações contra STF e outros Poderes constituídos.

Além disso, a fragilidades das reformas propostas pelo Executivo e a falta de clareza da política econômica geram dúvidas nos investidores estrangeiros.

Há ainda o custo do etanol anidro na gasolina, e o diesel tem a incidência do biodiesel. As variações de todos esses itens são o que determina o quanto o combustível vai custar nas bombas.

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