A iniciativa do vereador Jovino Cardoso Neto (PSD), de criar um projeto de lei para baixar os subsídios dos vereadores, pegou todos de surpresa. O ex-presidente da Câmara apresentou a proposta na sessão de terça-feira, 04, para reduzir os vencimentos dos parlamentares, dos atuais R$ 9.911,00 para R$ 3.000,00, e o do presidente da Casa, de R$ 14.867,00 para R$ 4.500,00.
Caso seja aprovado, só valeria para a próxima Legislatura, por conta do regimento interno.
O Informe já se pronunciou, apoia a iniciativa, para abrir o debate. Será que a remuneração dos parlamentares de Blumenau é justa para o trabalho realizado?
Mas ficamos com o pé atrás.
Para começar, por conta dos valores propostos, não adequados ao trabalho parlamentar. Pode-se fazer uma reflexão sobre a remuneração, mas não inviabilizar a participação de pessoas bem intencionadas na política. Ninguém trabalha de graça, salvo exceções. Quase R$ 10 mil de salário pode ser exagerado, mas R$ 3 mil é abaixo do razoável.
E também por vir de Jovino, um político controverso.
Em 2011, quando presidente de Legislativo, comandou a aprovação de um reajuste de 35% na calada da noite, sem debate com a comunidade e escondendo da imprensa. Além do mais, foi na gestão dele, concretizada depois de ser eleito na dobradinha com Napoleão Bernardes (PSDB), que se decidiu pela mudança da sede da Câmara para o prédio atual, locado com um custo superior a R$ 700 mil por ano, valores atualizados.
Além do mais, concordo que a CPI foi politiqueira e deu no que deu. Mas as acusações contra ele foram contundentes, tanto que foi penalizado em algumas esferas. Os esclarecimentos que ele deu não me são convincentes, com todo respeito que tenho a ele. Teve bons advogados e adotou a estratégia certa.
Jovino tenta buscar espaços eleitorais para 2018. Depois de bater na trave duas vezes para a Câmara dos Deputados, mira na Assembleia Legislativa, mas precisa construir espaços para tanto. Muita gente que se manifestou sobre a proposta depois da divulgação, inclusive alguns colegas vereadores, entendem que é um projeto “eleitoreiro”, buscando cacifar-se para virar candidato a deputado estadual.
Mas o ex-vice-prefeito também parece mandar recados. Em especial para os vereadores da Legislatura passada, que votaram pela abertura da CPI contra ele e depois acabaram com o salário do vice-prefeito, apesar de voltarem atrás depois.
“Na época não falei nada”, disse Jovino em entrevista na rádio para o colega Paulo César, o PC.
Também manda recados para os mais novos, aqueles que não estão usando os carros e celulares do Poder Legislativo. “Se houve uma manifestação de alguns parlamentares sobre uso carro, uso celular, não contratar mais, porque não reduzir o subsídio? Vamos ver se é demagogia ou não…”, disse para o PC na manhã desta quarta-feira.
Conversei com cinco vereadores durante o dia. Todos foram pegos de surpresa e as reações variaram de indiferença até críticas pesadas: “é uma demagogia, uma hipocrisia”, me falou um deles.
Finalizo com a reflexão mas lúcida de um vereador. “Só piora a imagem dos políticos”.
Sim, é isso.
Jovino Cardoso Neto nunca foi um político marcado pela austeridade e transparência.
Apesar do Informe defender o debate sobre o tema, do jeito que colocou a proposta ele “embreta” seus colegas vereadores e a Câmara Municipal como um todo.
Sem dialogar com os pares e com a sociedade, sua proposta é individualista. Para não dizer outra coisa.
A notícia do projeto foi divulgada em primeira mão aqui.
Para certos vereadores o certo seria salario idêntico a um assistente social.
caro Edu. Vereador não necessita ter curso superior, muito menos do curso de Serviço Social. Assistente Social não faz assistencialismo. Creio que o sr necessita conhecer melhor minha profissão. Alem disto, os salários no Brasil não condizem com as informações do DIEESE sobre o mínimo necessário para qualquer cidadão brasileiro viver com dignidade.
Todos que trabalham merecem ser remunerados , o problema não é o valor do salário dos vereadores , o problema esta na qualidade do serviço prestado pela maioria . Se com o salário que pagamos houvesse retorno a altura, não seria incomodo que um vereador receba R$ 9.911,00 , mas pela qualidade da maioria dos vereadores , R$ 3.000,00 já é muito alto . Os atuais Edis estão preocupados com seus cargos comissionados , tem vereador de primeira legislatura que vivia nas passeadas com bandeira em punho lutando contra a corrupção e hoje possui mais de 15 cargos comissionados no executivo e aprova qualquer projeto enviado pelo Prefeito . Repito, quem trabalha merece ser remunerado, mas quem trabalha de verdade , o que não é o caso em pauta .
É só deixar de pagar 66.000 de aluguel (Usem o prédio na R. Jacó Brueckheimer n° 370 que está sendo usado pouco, pelo SEMUDS, pelo número de espaço que possui) e reduzir para 9 vereadores e o salário para 6.000 e do Presidente para 9.000 . Pronto descobri o Brasil.
Olá, Alexandre Gonçalves!
Apreciei deveras o que escreveste.
Aliás, o teu texto não precisaria ser tão extenso e isto não é reclamação, mas sim, um elogio!
Porque é que digo isto?
Explico através desta frase:
“Jovino Cardoso Neto nunca foi um político marcado pela austeridade e transparência.”
Na veia!
Arranjaste um inimigo, rsrsrsrs…
Te vira, Alexandre!
Alcino Carrancho
Prezados vereadores, exceto o Jovino Cardoso, por razões óbvias:
Aqui, o sábio Alcino Carrancho, lhes dá um conselho:
Nem deem bola ao Jovino Cardoso!
Votem em massa CONTRA a proposta do Jovinão.
Por favor, lhes IMPLORO que façam algo mais proveitoso do que estarem a incomodar-se com algo de somenos importância.
Sabem porque lhes IMPLORO? Porque o sempre atento Rubens Serpa está de olho em vocês e vai começar a encher a vossa paciência e, se ele, Rubens Serpa, disser que vocês não merecem nem um salário mínimo, eu apoio o Rubens Serpa para Presidente do Brasil.
É sério!
Não deem bola ao Jovino Cardoso e ponto final.
Há um ditado em Portugal que afirma:
Palavras loucas, orelhas moucas…
Nunca se esqueçam do Victor Lasky: Na política não há amigos, mas, apenas, conspiradores que se unem.
Alcino Carrancho
Concordo com as declarações do Rubens e do Antonio. Mas está claro que ele quer se promover para ser candidato a Assembléia Legislativa. Se for eleito tudo bem se não for , volta com outro projeto anulando a proposta atual.