O ato político da Frente Democrática neste domingo na capital provocou situações constrangedoras envolvendo os dois candidatos ao Senado alinhados com o projeto de eleger Lula (PT) presidente. Dário Berger (PSB) e Afrânio Boppré (PSOL).
Apenas um é oficial, Dário, filiado ao principal aliado do PT, candidato a vice de Lula com Geraldo Alckmin. Mas parte importante dos presentes – pessoas do campo da esquerda predominantemente – não se sentiu a vontade para apoiar o candidato da chapa majoritária.
É natural, afinal Dário é um “neo” aliado, visto com desconfiança e com um passado recente que incomoda. Ele votou a favor do impeachment da Presidente Dilma Roussef (PT), ela que foi uma das estrelas deste domingo na capital.
Vaias chegaram a ser ouvidas quando da fala do candidato ao Senado. A grande maioria das lideranças populares que abriram o ato manifestaram apoio a Lula e Décio, esquecendo Dário.
Outro constrangimento foi impingido, de forma desnecessária, ao candidato do PSOL, Afrânio Boppré.
Afrânio e o PSOL estão fora da aliança por não abrirem mão da candidatura ao Senado, uma decisão política. Mas são muito mais “companheiros” de Lula e do PT que Dário e este PSB.
O vereador por Florianópolis, ex-vice-prefeito e deputado estadual, faz a campanha destacando sua afinidade e proximidade com Lula. O PSOL catarinense está mergulhado de corpo e alma na campanha nacional.
Ele esteve no evento, assim como muitos apoiadores. Mas passou a margem do palanque.
“Cheguei cedo no comício do Lula e sai só quando terminou. Vive um momento histórico. Nosso povo respondeu com amor e esperança. Não sou Lula de Photoshop nem de acordos de gabinete. Nosso candidatura é para valer. Um espaço democrático em Brasília para lutar pelas mudanças que o Brasil precisa. O que mais ouvi: Afrânio é outros quinhentos, ” disse o candidato.
Afrânio não foi convidado para estar no palco fazendo parte do ato, mesmo com toda a história ligada a Lula e ao campo de esquerda. Apesar da intervenção de algumas pessoas, ele recebeu um veto “velado” vindo da campanha de Dário Berger, que não quis dividir espaço.
Dário Berger é um candidato mais competitivo e Afrânio Boppré mais raiz. Um é visto, pela militância, com desconfiança, e o outro é visto por parte do eleitor, como muito de “esquerda”.
O PT – no Brasil e em SC – optou pelo pragmatismo eleitoral, o que faz parte do jogo também.
Um é visto, pela militância, com desconfiança, e o outro é visto por parte do eleitor, como muito de “esquerda”
Esclarecido .