Assim que surgiram os primeiros conteúdos das delações dos executivos da Odebrecht, em especial no que diz respeito a Blumenau, as informações sobre o suposto envolvimento do deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD) foram contraditórias.
Mas logo em seguida, colocaram o nome dele no mesmo patamar da deputada Ana Paula Lima (PT) e Napoleão Bernardes(PSDB), seus adversários eleitorais para a Prefeitura de Blumenau em 2012. Todos teriam recebido R$ 500 mil para a campanha, dinheiro não declarado, portanto crime de Caixa Dois.
Jean Kuhlmann mandou uma nova nota nesta quinta-feira a tarde. Confira.
” Amigos, tenho vivido um dos mais difíceis momentos de minha vida, por conta dos conteúdos de delações de executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava-Jato. Assim, mesmo que meu caso não tenha sido ainda analisado pela Justiça e não exista investigação, gostaria de compartilhar com vocês algumas ponderações.
A petição encaminhada pelo ministro do STF Fachin ao 4º Tribunal Federal Regional de Porto Alegre cita duas situações que, supostamente, contariam com meu envolvimento, surgidas em delações premiadas.
Vídeos dessas duas delações já estão disponíveis nos meios de comunicação de Santa Catarina. Posso garantir que não conheço e tampouco mantive qualquer tipo de contato com os executivos João Borba Filho e Paulo Welzel, ou qualquer outro das empresas citadas na Lava-Jato.
No vídeo da sua delação, o sr. Borba Filho não cita qualquer nome, muito menos o meu. Além disso, é absurdo ter meu nome associado a pagamentos realizados em 2004 e relativos ao Porto de Laguna. À época, eu era vereador e concorria à reeleição em Blumenau. As duas cidades nada tem a ver uma com a outra, geografica e politicamente. Eu era filiado ao PFL e opositor do governo municipal blumenauense e federal, então administrados pelo PT. Porque eu receberia então recursos, oficiais ou não, relativos a obras federais? E em Laguna??
Quanto à delação de Paulo Welzel, mantenho minha manifestação anterior, de que jamais conheci e mantive contato com esse executivo, tampouco pedi ou negociei qualquer valor de campanha, oficial ou não, com ele ou com outros representantes da Odebrecht Ambiental. No próprio vídeo da delação, ele afirma que nunca falou comigo e que não entregou dinheiro para ninguém.
Outra situação absurda: as acusações que me faz a petição cita valores que nada tem a ver com os citados nas delações! Uma confusão total, que prejudica ainda mais a minha possibilidade de defesa.
Mantenho a confiança no bom trabalho da Justiça, com a certeza de que as investigações irão mostrar a verdade dos fatos. Meu maior interesse é que toda essa situação seja esclarecida, e o quanto antes!
Por último, não posso deixar de agradecer todas as mensagens de apoio que tenho recebido nos últimos dias. Me dão a certeza de que estou no caminho correto.
Obrigado e um grande abraço!”
Jean Kuhlmann
Tudo Santo.