Das notícias que não ganham tanto estardalhaço na mídia.
Nesta quinta-feira, 8, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e Distrito Federal, na terceira etapa da Operação Zelotes, que investiga fraudes de grandes empresas para pagar menos impostos. A investigação é de que essas empresas, entre elas o Grupo RBS, ligado a Rede Globo, pagariam propina para membros do Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para anular ou reduzir débitos tributários com a Receita Federal. A suspeita é de que R$ 19 bilhões teriam sido fraudados por essas empresas. É interessante ler as reportagens na página do G1. Nenhuma letra sobre o nome dos acusados de fraudes.
Ainda referente a Operação Zelotes, também não ganhou destaque nos noticiários um relatório dos investigadores sobre Augusto Nardes, ministro do TCU, relator da análise das contas da presidente Dilma em 2014. Segundo a investigação, ele teria recebido R$ 1,6 milhão da SGR, uma consultoria implicada até o pescoço neste escândalo de sonegação. A SGR teria uma parceria com outra consultoria, a Planalto, pertencente ao sobrinho de Nardes, ex-deputado por 10 anos no PP gaúcho, terra do grupo empresarial gaúcho. Entre as clientes da SGR está a RBS, que pagou R$ 11,9 milhões para livrá-la de pagar os devidos impostos no Carf. Deste valor, R$ 2,55 milhões foram para a empresa do sobrinho do ministro do TCU. A notícia foi divulgada pela Folha um dia antes da votação do parecer sobre as contas do Governo, mas não interessava e não ganhou repercussão.
Estes são alguns exemplos de como funcionam os interesses dos grandes veículos de comunicação. Enquanto ficarmos pensando que os males da corrupção no Brasil se restringem ao governo do PT, o país não vai encarar de frente os problemas. O Neymar pode sonegar milhões e no mesmo dia permanece o queridinho da mídia. Claro, com ele e com uma imagem positiva, vem milhões de reais em anúncios.
Assim gira a comunicação.
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