Opinião: a culpa é de todos nós

Imagem: Eta Bicicleta Torta/Mario Marlez/Reprodução

É sério que agora vai ser diferente? Você tem certeza que daqui para frente seremos o país do futuro? Eu nasci em 1987. Naquela época a China possuía, não é exagero, a metade do PIB do nosso país. Os orientais cresceram, desenvolveram seus projetos e nós ainda estamos discutindo que país queremos.

Desde o meu nascimento (uso como referência, não como marco) o Brasil teve uma nova constituição, conheceu a democracia e deixou para o passado um regime militar que jogou a pátria na miséria, corrupção, atraso e isolamento. Em algum momento, na minha infância, lembro de ouvir que nós estávamos formando o país do futuro. O tempo passou e chegamos aqui: os orientais como maior potência do mundo; nós delirando com a volta das fardas ao poder e os fantasmas da fome, inflação, isolamento e falha da esperança voltando para o cotidiano da população.

Como nação não conseguimos, ao longo do tempo, unificar um pensamento, descentralizar o poder, respeitar as regionalidades – e as forças que representam. Podemos discordar de tudo! Porém, não deveríamos abrir mão de um projeto mínimo de país que permitisse avançar e atravessar os anos, gerando alguma responsabilidade coletiva sobre o Brasil de amanhã. O mais próximo que chegamos de uma ideia que resistisse mais de um mandato presidencial foram: o Sus (Sistema Único de Saúde), a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e o Plano Real.

Personalizar a política e apontar para um único salvador ou culpado é um erro. Bolsonaro, de fato, não é o responsável pela tragédia aprofundada de 2019 pra cá. De bem intencionado o inferno está cheio, diz o popular. O presidente não é capaz sequer de formar um raciocínio lógico, tamanha inaptidão para liderar um carro de boi, imagine conduzir o país. O feijão dele é a munição que nossos quartéis estão abastecidos. Errado estamos todos, em esperar que algo diferente ocorresse no Brasil.

Você pode gritar, manifestar seu interesse ou desinteresse por qualquer lado da banda. Pode vestir a camisa da CBF ou vermelha e ir para rua protestar. Não importa mesmo! Alias, importa: desperdiçará energia – que poderia ser empregada para o seu progresso como indivíduo – e colocará sua vida em risco. Só! Nada mais que isso.

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