Muito tem se falado, em tempo de pandemia, sobre a dicotomia entre economia e saúde. Ou escolhemos abrir a economia ou preservamos a saúde das pessoas contra o coronavírus. No aprendizado sobre essa situação, estamos vendo que os países que já estão gradativamente voltando a uma normalidade econômica e social, com cautela, souberam manejar essa situação a partir de um entendimento de que o controle da pandemia traria de volta e mais rapidamente a economia para sua trajetória de crescimento.
Mas em época do dia mundial do meio ambiente (dia 5 de junho), vamos falar de outra dicotomia, a da escolha entre economia e meio ambiente. Durante muito tempo o tema meio ambiente praticamente não era discutido de forma mais intensa. A partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocolmo, na Suécia, em 1972, quando se apresentou o sentido de desenvolvimento sustentável – que busca negociar um caminho que acomode os interesses sociais e econômicos com os de preservação da natureza – e reforçado pela Conferência no Rio de Janeiro em 1992, o tema passou a ganhar expressão mundial. As análises sobre o impacto da humanidade sobre as mudanças climáticas foi outro ingrediente importante que levou países a estabelecerem pactos importantes para preservação do planeta.
O que as grandes organizações transnacionais, empresas nacionais de grandes mercados, agentes financeiros, dentre outros, já perceberam é que essa dicotomia não é verdadeira aos olhos do mundo contemporâneo. Há muito a ganhar associando o nome das empresas a práticas de valorização da natureza. Inclusive na defesa da Amazônia e a preservação da floresta: ela, de pé, pode valer mais pelo seu valor em biodiversidade a ser explorada, e pela associação do nome do país a sua proteção como patrimônio de interesse mundial. Um imenso patrimônio ambiental e econômico.
Essa nova característica da sociedade atual, onde o crescimento econômico deve ser estabelecido em parceria com a proteção da natureza cria um mundo novo, de novas tecnologias, novos produtos, novos mercados e onde os resíduos passam a ser também fonte de riqueza. Os mercados já se reorganizam em torno desse tema e se reciclam.
Que o dia mundial do meio ambiente sirva para refletirmos sobre esse novo mundo que está sendo construído, por todos nós.
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