Passada a ressaca do primeiro turno das eleições, mesmo que para a majoritária ainda teremos um segundo turno, já podemos fazer algumas análises sobre a campanha eleitoral, principalmente referente a eleição para vereadores. Nesta semana é hora de contar os votos, ler os resultados e sobretudo, projetar o futuro e as novas composições do poder. É a chamada geografia das urnas.
Para a câmara de vereadores de Blumenau as previsões se confirmaram, e mesmo com a troca de nomes da composição, pouco se alterou do perfil da câmara atual. Teremos duas mulheres, algo positivo, e uma diversidade de partido. Quase um vereador por sigla. Característica que deve dificultar a vida do próximo prefeito, independente de quem vencer o segundo turno.
Isolando o resultado da Câmara de Vereadores de Blumenau a força política vencedora do primeiro turno não foi nenhum partido, movimento social ou entidade de classe, mas uma igreja. A Igreja Evangélica Assembleia de Deus elegeu três vereadores. Marcos da Rosa (DEM) com 2.980 votos, Jovino Cardoso (Solidariedade) 2.656 votos e Silmara Silva Miguel (PSD) com 1.961 votos. Engana-se quem acredita que a forma política desta entidade demonstrou-se somente nessa eleição.
A entidade, que no próximo ano completará 90 anos em Blumenau, já é umas das forças políticas mais importantes da cidade na última década. Na verdade, desde os anos 90 o que há de comum na câmara de vereadores de Blumenau é a presença de um vereador oriundo deste segmento. Sendo que invariavelmente seus candidatos a vereador são os mais votados. Foi assim em 1996 com Ismael dos Santos, na época pelo PT com 3.324 votos, e em 2012 e 2016 quando Marcos da Rosa chegou a 5.588 e 5.571 votos, respectivamente.
A força política da instituição também é presente na Assembleia Legislativa de Santa Catarina e na bancada federal catarinense. Na ALESC, desde a redemocratização, a entidade sempre contou com um representante. Neste momento conta com Ismael dos Santos (PSD) e Kennedy Nunes (PSD). Na bancada federal Giovana de Sá (PSDB) é fiel assembleiana. No senado Denise Antunes (PSD) é suplente do Senador Esperidião Amim (PP). Na eleição deste ano, a IEAD fez vereadores em pelo menos 86 cidades do estado.
Na história da humanidade, política e religião sempre andaram em paralelo. Na maioria das vezes se confundem. Na verdade, há quem diga que quem não entende de política não compreende a religião, valendo o mesmo para a relação inversa. Porém, o grupo em tela tem algumas características intrigantes.
Sociologicamente, o início da trajetória do grupo é marcado pela característica de religioso de negação do mundo, sobretudo, pela forte disciplina no comportamento pessoal, com proibição de envolvimento dos fieis com música popular, dança ou futebol considerado como “coisas do mundo”. Em tempos passados a participação política era proibida, uma vez que o fiel deveria preocupar-se com a busca do Reino do Céu.
Conforme vai alterando a vida nacional, as características do grupo religioso também se modificam. Sobretudo no que se refere ao seu crescimento, a provocar uma transformação direta na Teologia Pentecostal, sobretudo, com o surgimento da chamada Teologia da Prosperidade e pela Teologia do Domínio, que reinterpretam o sentido do sofrimento no cristianismo.
Os evangélicos pentecostais adotam uma estratégia de orientação eleitoral de seus membros, para que, na hora do voto, prefiram votar em um “irmão”. Se antes o bordão era “política não é coisa de irmão” agora será: “irmão vota em irmão”. Cria-se assim uma máquina eleitoral que tem crescido e influenciado os resultados a cada eleição. Transforma-se em moeda de troca para o apoio de candidatos, tornando-se impossível fazer hoje no Brasil qualquer análise política sem levar em conta a participação e o ativismo político dos evangélicos.
A mistura entre religião e política é perigosa, porém é preciso ficar atento porque estas reações contrárias podem esconder um comportamento de preconceito de classe ou religioso, uma vez que os pentecostais são os mais empobrecidos do país. Em um país que começou com uma missa, os pentecostais não inventaram a relação entre religião e política, apenas reeditam o comportamento típico de outros grupos políticos e religiosos que, historicamente, disputaram e disputam a agenda política nacional.
Informação, análise e discernimento. Muito obrigada
Josué: “uma vez que os pentecostais são os mais empobrecidos do país.”
Ué? isso demonstra um claro preconceito de sua parte amigo!… ‘empobrecido’ (materialmente ou não) são os que não sabem de onde vieram, não sabem onde estão, e não sabem para onde irão se vierem a morrer esta noite!
Ademais, a coexistência entre religião e política tem ampla base bíblica histórica com muitos exemplos de conceituados e renomados homens de Deus (e abastados materialmente) no passado vivendo uma vida política ativa em seus ambientes dos impérios mundiais de outrora.
Mas nem por isso, deixaram o foco principal em expressar e testemunhar as vontades do Deus Único judaico-cristão como espera-se igualmente hoje de nossos políticos cristãos, crentes em Cristo!
Muitos apenas usam a Igreja para interesses próprios , pois no dia a dia como políticos , sequer poderiam falar em Deus . Fazem conchavos, participam de corrupção , fazem alianças espúrias , denigrem a própria imagem e se conseguirem , a de seus pares .
Roubam , desviam , humilham , trocam o próprio caráter e dignidade por cargos e por dinheiro do suado imposto dos trabalhadores . Não deveriam sequer entrar em uma igreja , templo ou em qualquer ambiente que seja dedicado a orações e cultos .
Amigo Rubens, esses q vc menciona são os falsos cristãos como já estava de fato profetizado que haveriam em TODOS os meios.
Caro Cícero, então você é um verdadeiro Cristão não é mesmo??….você não passa de um fariseu hipócrita. Você deve ler a bíblia antes de se pronunciar.Ridículo
Caro José, poderia me citar o motivo de me chamar preconceituosamente de “fariseu hipócrita”??