“Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”. Como seria bom que a impessoalidade e todos os princípios da eficiência na administração pública pudessem ser vividos no Brasil. Sei lá o motivo, mas tenho a impressão que não nascemos para este negócio de buscar a prosperidade como nação. O atraso e o jeitinho vestem bem um verde e amarelo…
Eu sei que é esperar muito ter um alguém como foi para os britânicos e para história Margareth Thatcher, autora da frase que abre este texto. Um pouco de paz, humanidade e respeito já ajudavam um tanto neste lado do oceano. Por hora, vivemos horrores que ganham páginas mais duras e sofridas semana após a outra.
O comportamento padrão da política brasileira parece mais o navegar de um barco a vela. Vai se ajustando a direção, afinando o discurso, conforme o vento sorri ao rosto. Um improviso permanente que, com frequência, é estendido para gestão pública. O que era prioridade ontem, hoje não faz a menor diferença. A convicção de agora pouco, de seguir pela direita, se espatifa no quebrar da primeira onda e, rapidamente, pende para esquerda. Neste vai e não vai ficamos parados, perdendo, sofrendo.
Com a chegada de uma nova eleição, o céu parece ganhar mais luz para evidenciar as mudanças de humor. Para quem observa distante é perceptível que opinião e ação, daqueles que precisam de votos para permanecer ou subir de cargos, tornam-se ainda mais oscilantes. Especialmente se o sentimento é que a derrota bate com força ameaçando encerrar a navegação.
A obscuridade das mortes que registramos, de ativistas ou na guerra urbana da violência em comunidades, das milícias, fica em segundo plano, por mais pavorosas e chocantes que pareçam. Ganha espaço outro tema, como já alertou certa vez Barack Obama: os combustíveis.
“Nada é capaz de acabar com a paciência dos eleitores como a gasolina cara”, sentenciou, certa vez, o ex-presidente americano. Seguimos o enredo fazendo deste o assunto mais discutido do país nos últimos dias.
Sem resolver problema algum, uma grande confusão é formada. Até poucos dias, o lucro recorde da estatal era um orgulho para o governo. Agora, um escândalo profundo, digno do chefe do executivo pedir uma investigação de sua própria gestão. E tudo bem resolver queimar nos escapamentos dos carros, em seis meses, o equivalete a um ano inteiro de todo investimento público brasileiro. É mais do mesmo, do improviso de sempre, esquecendo de olhar para frente.
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