Opinião | Chuva de pedra em teto de vidro

Foto: reprodução

Na última semana, um homem não identificado teve a moto apreendida em Anápolis, Goiás. Entre suas infrações, estava passar por radares… em pé no veículo, mostrando as nádegas! Parece mentira, exatamente como em Sombrio, Santa Catarina, onde uma casa de madeira inteira desapareceu. O mistério durou até dia 27, quando a polícia descobriu que a “mágica” foi obra do carpinteiro, que por não receber todo o pagamento, colocou a casa em uma carreta e levou embora. Provas de como nada é absurdo neste país tropical. Mais ainda nas eleições.

Por exemplo, tem quem leve tão a sério a campanha “corpo a corpo”, que em Mato Grosso do Sul, um candidato do PSD está angariando votos no… Tinder! No aplicativo, sua descrição é: “debatedor de políticas públicas, visando melhorar a qualidade de vida de cada cidadão”. Será que alguém vai curtir?  No Rio Grande do Norte, o ex-presidente do Senado Federal, Garibaldi Alves Filho (MDB), foi surpreendido por uma eleitora que se abaixou, rebolando na sua frente. O senhor de cabelos brancos pouco pôde fazer para evitar a “sarrada”, que já viralizou nas redes sociais. Na Bahia, ACM Neto se aventurou a posar para fotos em uma obra, pegando terra com uma enxada. Perdeu de 10 x 0 para a enxada, porém o candidato a governador passa bem. 

Mas nem só de choro e ranger de dentes é feita a “temporada de comer pastel na feira”. É o caso do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que está fazendo campanha também pelos botecos, com direito a pagode, cerveja e petiscos. Tudo ótimo, mas chega a hora dos candidatos se olharem nos olhos.

DEBATE, NA SUA CARA? 

O SBT anunciou o fim do “Casos de Família” e, como o ex-ministro Ricardo Salles (PL) e o deputado federal André Janones (AVANTE) quase saíram no tapa antes do primeiro debate presidencial, na internet já se pede que a apresentadora Christina Rocha seja a mediadora dos próximos. E poderia mesmo: na BAND, Lula foi para empatar e acabou tomando caneladas de Ciro e Bolsonaro. O atual presidente foi para o ataque, mirou o chute no petista, mas acertou a bola na jornalista Vera Magalhães e no eleitorado feminino. Gol contra. Se a ideia era consolidar a postura da entrevista no “Jornal Nacional”, deu errado. Quem ganhou a partida foi “a galera da Série B”: Ciro, Simone, Soraya Thronicke e Felipe D’Ávila, porém esses têm mais chances de ir para o segundo turno em… 2026.  

Sobrou discurso, acusação e faltou, por exemplo, questionar o presidente sobre a “PEC das Bondades”. Seria um tema óbvio, mas além de uma discussão muito técnica, daria a chance de Bolsonaro tirar proveito do tema. Enfim, apenas uma das perguntas importantes que ninguém fez. Nessa disputa, todos têm telhado de vidro, e até por isso, será todos estarão no segundo debate?

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