Há livros de todos os tipos. Alguns são para serem lidos logo que é publicado. Consumido integralmente e de uma só vez. Outros, são para serem consultados de vez em quando. Há livros de leituras rápidas e intensas, outros com austeridade e parcimônia. Dizem que o sucesso de uma obra é medido em seu primeiro trimestre de vida. O restante será consequência disto.
Quando um livro é lançado publicam-se também uma série de textos na imprensa. Críticas e resenhas costumam dissecar a obra mostrando suas fragilidades e potencialidades. Claro que em literatura, como na vida, regras servem para serem superadas. Há obras que são descobertas depois, autores também.
Coliseu Tropical de Viegas da Costa é um destes. É tipo bebida amarga, ótima para matar a sede, mas recomenda-se ser degustada aos poucos e com moderação. Foi lançado em maio, e virou notícia aqui no Informe. Eu não escrevi antes sobre o livro, porque estava apreciando aos poucos. A obra consiste em uma seleção de poesias e crônicas que o autor costuma destilar em suas redes sociais ou em sites e jornais catarinenses.
Viegas é professor, historiador e escritor. Escreve sobre a realidade vivida. Atualmente reside na capital, mas toda a sua formação aconteceu nas terras de Dr. Blumenau. Enquanto residia no Vale do Itajaí, sua produção versava sobre os desmandos dos poderosos locais e os mitos bairristas na Europa sem passaporte. Nas terras de desterros, continua ardil com as palavras. Ainda mais hábil e afiado. É sem dúvida um dos melhores cronistas em atividade nas terras catarinenses. Retrata a realidade amarga sem ser azedo.
Sua visão ácida da existência humana, é extremamente necessária nesses tempos sombrios. Em meio a sede provocada pelo deserto que estamos passando, a literatura de Coliseu Tropical, torna-se necessária. Desconfio que não será um livro passageiro, mas daqueles que ficam ali, reservado para leitura de tempos em tempos. Feito uma bebericada.
De pleno acordo!
E, sem qualquer reparo quanto a qualidade das cronicas e capacidade de bem retratar as mazelas sem ser deprimente, mas, questionador!