Há três anos, no dia 08 de dezembro de 2017, a área central do município de Blumenau acordou tomada por balões vermelhos e com outdoors tematizando a família. A ação apontava que características sociais dos indivíduos são determinadas apenas pelo cromossomo. A ação foi promovida por um grupo de religiosos da cidade e pretendia comemorar o dia da família. Não era um ato religioso, muito menos isolado, estava incluído em um movimento político maior que pretendia calar na cidade o debate sobre as questões de gênero.
Desde 2015, ainda quando a Câmara de Vereadores era presidida pelo prefeito reeleito Mário Hildebrandt (Podemos). Na época, mobilizada pelo vereador Marcos da Rosa (DEM) a nossa casa legislativa promoveu, a retirada da palavra “gênero” e “diversidade” da lei que determina as diretrizes da educação no município.
Naquele momento, o desejo dos dois políticos de censurar a prática do ensino de diversidade nas escolas fez riscar também a expressão “diversidade de gênero alimentício” da merenda escolar. Este período foi também marcado por constrangimentos e moções de repúdio contra instituições e professores, que cumprindo as legislações aplicam a ciência no cumprimento do seu ofício.
Em dezembro de 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a lei municipal. Em novembro deste ano o Tribunal de Justiça de Santa Catarina considerou inconstitucional a lei produzida pela Câmara de Vereadores de Blumenau.
Agora, no último dia 03 de dezembro, a área central da cidade foi tomada novamente por uma atividade política, desta vez promovida por mulheres que integram o Coletivo Batucada Feminina. Placas com nomes de mulheres vítimas de feminicídios lembraram a escalada da violência contra a mulher, sofrida na cidade e no estado. Em Santa Catarina, para se ter uma compreensão da realidade, neste ano contando somente até setembro, 51 mulheres foram assassinadas por seus ex-companheiros.
A breve cronologia acima, revela a disputa em torno da ocupação da esfera pública e uma silenciosa guerra santa que a cidade vive. É claro que não é só em Blumenau, mas aqui podemos perceber como se expressa. Suas consequências vão muito além da disputa política e a forma como políticos religiosos conquistam seu eleitorado. Um guerra que colocam em oposição duas visão de mundo. De um lado a ciência e de outro a religião, na sua incapacidade de normatizar comportamentos dos indivíduos. A religião agora precisa de leis e bancadas para impor seus preceitos.
O debate relacionado as questões de gênero é uma temática com tradição na ciência e diz respeito à função socialmente atribuída ao sexo biológico. Os papéis atribuídos ao gênero referenciam como o portador de um determinado aparato sexual, deve ser ou como espera-se de sua atuação na sociedade. O estudo da temática visa diminuir as desigualdades e as violências que se operam na sociedade em função das representações históricas.
A forma que uma determinada sociedade encara os papéis de gênero está diretamente ligada a forma que mulheres e homens serão tratados. E o fenômeno da violência passa por essa concepção. A violência de gênero assenta-se no machismo e no patriarcado, que se traduz na ideia de que por características de nascimento os homens são biologicamente superiores e por isso têm o direito de dominar as mulheres, tratando-as como posse.
Livrar-se de concepções arcaicas e jogar luz da ciência sobre esse fenômeno é o melhor caminho para que no futuro novas Biancas, Lucimaras, Daianas e Margaretes não transformem-se em estatísticas. É de se esperar que a legislatura que começa em Janeiro de 2021 tenha mais responsabilidade com o tema.
De uma desonestidade intelectual sem tamanho o articulista querer relacionar a fé com a violência.
Ciência? Sim, lembrando ao autor que a Bíblia possui inúmeras comprovações científicas, históricas e arqueológicas de vários de seus eventos e personagens.
E as mulheres eram muito valorizadas e respeitadas na cultura judaica e mais ainda, nos ministérios e ensinos de Cristo e apóstolos do Novo Testamento tendo muitas, papel importante, destacado e relevante nestas atividades iniciais do Cristianismo, numa época em que eram desprezadas, desrespeitadas, discriminadas e até escravizadas pela sociedade da época!
Reportagem tendenciosa. Nota-se claramente uma preferência do jornalista que escreveu em detrimento a um lado, sem sequer conhecer a fundo o outro. Existem outras questões envolvidas que não foram citadas.
É uma miscelânea de situações confusas e desconexas que o autor aparenta se perder ao apresentar seus argumentos em meio ao texto, sugiro o enfoque em um tema (ciência, gênero, violência) ou buscar uma melhor contextualização.
Abs,
Parabéns ao articulista. Muita gente “do bem” se esconde por detrás da religião para expor e praticar sua desumanidade.
Mais uma vez sua escrita é lúcida, pautada em uma concepção científica e pq não dizer também, na verdadeira de cristã. Parabéns Josué.
Conceição da silva retrata por ser cenas de conflito a sociedade que reclama aos cuidados da saúde por causa da doença leva aos povos recente ao catolicismo uma vasta ciência de igualdade de gerra santa mundial por pensar que os reis da terra estão com uma idade avançada e caíram quase na loucura de deixar deus para viver uma doença que ainda não tem cura mais nos leva pensar será que não é a oposição pois tomar inegação pode levar o a fim .mais será que é só uma tentativa de para quem não pode tomar o cálice santo nas taçasuas de ouro .??
Hoje vivo sem medo
Mas não sei como viverem pelos tempos.