Eu não sei você, mas fico com sono sempre que alguém começa com o discurso separando o mundo em dois quadrados: direita e esquerda. É sério, cansa esta abobrinha teórica que tenta separar o mesmo lado de uma moeda. Compreendo, com tantos fanáticos consumindo ilusão, que minhas palavras representam para estes um conto de Nárnia.
O que aborrece é esta retórica irritante que não produz, não melhora, nem acrescenta absolutamente nada para vida de ninguém. Tipo balões cheios de vento que distraem, podem romper, fazendo barulhos e, quando muito, divertem os observadores. Dá uma preguiça só de começar a ouvir.
Para mim, a coisa toda é bastante óbvia. Assim como não existe a boa e a má religião, o certo e o errado na estratégia da vida, também inexistente um lado santo imaculado do olhar político. Acertos e falhas estão presentes em ambas as visões que, no fundo, desejam o mesmo objetivo: poder para os seus. E, a partir disso, oferecer bem-estar social.
O fanatismo causa uma cegueira em olhos sadios. E isso é lastimável! Uma doença na cabeça do ignorante que separa o infundado da sofrida realidade. O discurso de ódio, as ações delirantes, a destruição da riqueza social que cria inimigos e monstros imaginários é o que devemos combater. O resto é bravata furada e perfumaria.
Em guerras ideológicas, direita e esquerda são muito semelhantes. As mesmas armas, os mesmos métodos, propósitos e fins. O Brasil não vive uma guerra ideológica. O que enfrentamos é um traumático período de sandices. Uma bizarra experiência que está distanciando pessoas queridas, afastando o bom senso, diminuindo a humanidade que existe em bons corações.
Precisamos firmar os pés no chão, o juízo para ser sentido, as boas ideais na prática e um tanto de paz. Quem sabe não seja este o momento de vencermos o ego, com direita esquerda em união? Derrubar a intolerância, o preconceito, a raiva, a pobreza e a fome que afeta todos os cantos da nação… esta deveria ser nossa verdadeira bandeira.
Boa semana!
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