Durante a missa, a frase “O amor de Cristo nos uniu” ressoa como um convite à fraternidade, ao respeito e à compaixão. Ela deveria ser um mantra que norteia os passos dos cristãos no dia a dia, inspirando atitudes de acolhimento e empatia. Mas será que estamos, de fato, vivendo essa mensagem?
Nos últimos tempos, temos visto um discurso contraditório emergir em nossa sociedade. Muitos que se identificam como cristãos, que vão à missa ou frequentam cultos, aplaudem ações e palavras que estão muito distantes do amor ensinado por Jesus Cristo. Como entender o apoio a atos de violência, preconceito e exclusão contra grupos vulneráveis – seja por raça, gênero, orientação sexual ou religião?
Um exemplo emblemático dessa contradição foi o caso de um policial que jogou um suspeito de uma ponte, amplamente noticiado. Nas redes sociais, houve quem justificasse esse ato brutal, dizendo que era “o certo a se fazer”. É assustador perceber que, em nome de uma suposta “ordem”, alguns esquecem que Jesus pregava o perdão, a dignidade humana e o cuidado com os marginalizados. Ele mesmo disse: “Quem nunca pecou, atire a primeira pedra.”
O que dizer, então, do silêncio ou até do apoio de muitos cristãos quando uma mulher é agredida, um negro é humilhado ou um indígena é expulso de suas terras? Onde está o amor de Cristo nessas atitudes? Como podemos ser unidos pelo amor de Cristo se estamos divididos pelo ódio, pelo preconceito e pela intolerância?
Ser cristão é mais do que um rótulo; é um compromisso de viver conforme o exemplo de Jesus. Ele acolheu os excluídos, estendeu a mão aos necessitados e enfrentou as injustiças de seu tempo com coragem e compaixão. Quando aplaudimos ou justificamos qualquer tipo de violência, estamos nos afastando da essência do cristianismo.
Por isso, é hora de refletirmos profundamente sobre as palavras que repetimos nas celebrações religiosas. O amor de Cristo nos uniu? Sim, ele pode nos unir, mas apenas se deixarmos de lado o julgamento, o preconceito e a indiferença. Precisamos abandonar as máscaras de um cristianismo que apenas serve para justificar nossos próprios interesses e, de fato, nos comprometer com os ensinamentos de Cristo.
Se não somos capazes de enxergar o outro como irmão, independentemente de sua cor, gênero ou crença, então estamos longe de viver o verdadeiro evangelho. O amor de Cristo nos uniu. Cabe a cada um de nós decidir se viveremos à altura dessa união ou se continuaremos divididos por nossas próprias escolhas.
Marco Antônio André, advogado e ativista social
Nossos senhor Jesus Cristo nos deu seus ensinamentos, morreu por nós , mas o homem na sua natureza comete erros.
Seu texto é contraditório , pois esta julgando os policiais , sem sequer saber de todos os fatos .
A ação do policial será julgada pelo orgão competente (seres humanos) , se cometeu erro, pagará de acordo com as leis dos homens .
Para conhecimento :
“O Amor de Cristo nos uniu”, a resposta que antecede o abraço da paz, dentro do rito eucarístico, atesta-nos que, para além da Salvação, grande feito de filiação Divina e de conexão da humanidade com a possibilidade do céu, Jesus nos outorgou outra conexão, aquela vivida entre nós mesmos, fez-nos irmãos.