Chegamos no mês de dezembro e começou a estação mais aguardada (ao menos pela maioria) do ano: o verão! Tempo de curtir uma praia, piscina ou as cachoeiras, de voltar para casa com uns leves torrões na pele e de presenciar o movimento na rua, seja ele de caminhadas ou do fluxo de veículos.
Nessa semana eu vim para o litoral, no município de Navegantes em Gravatá e, por aqui, a areia está bem movimentada, mas o que me chamou atenção mesmo nesses dias na cidade foi o trabalho dos Guardas-Vidas. Inclusive, na terça-feira, 28, foi o dia desses profissionais, que tem como uma das principais funções conscientizar os veranistas sobre os perigos na água a fim de evitar que sustos ou até mesmo tragédias aconteçam. No meu ponto de vista o trabalho de guarda-vidas é uma das atividades mais desafiadoras desempenhadas pelos bombeiros militares.
Mas, voltando às cenas, enquanto as crianças brincavam com os peixes que apareciam na beira da praia, os pais curtiam o descanso sentados nas cadeiras. Umas pegavam os peixinhos na mão (já sem vida) e tentavam devolver ao mar com a esperança que eles pudessem sobreviver. De repente uma delas avistou uma caravela na areia, espécie de água-viva que possui tentáculos que podem chegar até três metros de comprimento.
Com um quadriciclo, um dos guarda-vidas trafegava de um lado para o outro da praia alertando os banhistas não apenas para virem ao raso do mar (já que as bandeiras estavam vermelhas), como também comunicando que por ali já haviam encontrado mais do que uma caravela.
De repente escutamos um choro de uma criança. Ela havia encostado a perna na bendita água-viva. Sentou-se na toalha ao lado da mãe e aos soluços explicava a dor que estava sentido. O guarda-vidas se aproximou e disse que iria buscar algo. Ele voltou com vinagre e panos limpos. Novamente fez a orientação para a família e realizou ali mesmo os primeiros socorros com o intuito de aliviar a dor da criança.
Escutei ele dizer que “não é bom entrar na água hoje, principalmente as crianças”, pois viriam muitas caravelas como aquela para fora do mar e, além disso, outras quatro pessoas já haviam sido hospitalizadas por conta das lesões causadas pelo animal marinho.
No mesmo instante que ele falou isso, pessoas continuavam a entrar na água, inclusive onde estavam as bandeiras vermelhas. Ou seja, fazendo exatamente tudo o que ele havia recomendado não fazer. Fiquei olhando perplexa, pois as pessoas realmente se arriscam. Desobedecem regras, orientações e colocam a própria vida ou até de algum familiar em perigo. Pra mim, na praia, um guarda-vidas é a autoridade, está para nos proteger, ajudar e deixar nosso período de descanso mais seguro. Se há recomendações para garantir nossa segurança e bem estar, por qual motivo não seguir?
Falta é prudência, responsabilidade e cautela por parte dos banhistas. A sensação que passa é que “tudo bem precisar de um guarda-vidas, afinal, ele é pago pra fazer isso”. Acho um desaforo! Hoje é o último dia do ano de 2021. Espero que nas promessas e metas definidas para 2022 estejam também inclusas a empatia, respeito e mais consciência com a vida do próximo. Seguimos!
Com toda certeza a atividade de salvamento aquático é o mais rápido servido prestado pelo corpo de bombeiros, entretanto é desempenhado por guarda vidas civis, que mais recebem cobranças do que suportes..