Alexandre Gonçalves
Jornalista
Sou daqueles que gostam de olhar para a juventude com esperança, por seus idealismos e utopias a flor da pele. Com seus excessos e arroubos também.
Não como o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que chamou as milhares de pessoas – a maioria jovens – que saíram para protestar contra o que consideram o desmonte da educação federal, de “imbecis e idiotas inúteis”.
E foi bonito acompanhar o que vi em frente ao Teatro Carlos Gomes, no coração de Blumenau, nesta tarde de quarta-feira, 15. Muita gente, a maioria vestida de preto, protestando de forma pacífica, ordeira e criativa. Eram meninos, meninas, verdadeiras tribos que fizeram uma manifestação por algo que deveria ser um patrimônio do povo, que é sua educação.
Numa manifestação apartidária. A bandeira era apenas uma, da Educação. Pelo menos em Blumenau. Não teve Lula Livre…
É fato que o Governo Federal tem batido cabeça no Ministério de Educação, com atuação e falas desastrosas dos dois ministros – sim, já estamos no segundo, em cinco meses de governo. Não disse ao que veio e o que sinaliza para o futuro não é bom, desconsiderando toda a trajetória construída no país até hoje.
Sim, é cedo para fazer terra arrasada, afinal o governo ainda engatinha. Agora, é preciso entender que manifestações pacíficas fazem parte de uma democracia saudável.
É claro que muitos se aproveitam da manifestação para fazer discurso político partidário, assim como os defensores do presidente apelam para a distorção dos fatos para justificar as medidas.
Dizer que no ensino superior e técnico federal resume-se a “maconheiro”, “pelados” e “balbúrdia” é ser desonesto com o todo que é feito no ensino público. Como é desonesto negar que há excessos e que é preciso revisar e adequar processos para que o conjunto da sociedade não seja prejudicado.
Dentro deste contexto deve ser levado em conta esta manifestação de hoje. O presidente Bolsonaro e seus assessores estão legitimados pelos milhões de votos que receberam. Mas dois terços do eleitorado brasileiro não votou nele e o Brasil não começou a ser construído agora.
Tenho quatro filhos: 26, 25, 07 e 03 anos, todos com aderência no ensino público, como eu tive num determinado momento da minha vida. Nunca fui vagabundo e aprendi a valorizar o que o país deu para mim e para meus filhos no que diz respeito a educação.
Obrigado juventude de valor por esta quarta-feira, 15 de maio de 2019.
Bem, independente se o protesto aqui foi equilibrado, ordeiro e apartidário; o FATO é que sem Reforma da previdência, as verbas para educação ficarão cada vez menores.
E espero que esses estudantes (verdadeiros) já entendam que soltar um presidiário não vai reequilibrar as contas públicas. Cortar superaposentadorias sim!
As manifestações de 2015 e 2016 eram partidárias, anti-PT e ACIB, CDL, FIESC estavam não só apoiando como conclamando a participação via out-door, imprensa, dispensa de funcionários… Lamento que os “cegos” de plantão (que só se indignavam com o governo do PT) insistem em negar a realidade e importar-se apenas com Lula. Aliás: QUE SAUDADE DO LULA E DO TEMPO QUE EDUCAÇÃO ERA PRIORIDADE!!!
Acho que o Sr. Não deve ter entrado em uma sala de aula universitária ultimamente… há uma geração de jovens nas universidades que não vai chegar a lugar nenhum… É uma vergonha essa geração que não respeita nada nem a ninguém…
Caro Gaucho, pesquise, durante a gestão do Partido Terrorista houve grandes cortes na educação com muitas manifestações de indignação também. Graças aos 16 de anos de destruição nacional, não somente na educação, hoje há uma massa de semianalfabetos, iletrados e graduados debilmente. Nossa colocação no ranking mundial é bizarra e patética.