Opinião | Nem tudo é para sempre e às vezes isso é bom

Foto: reprodução

Pois é! Realmente nem tudo é para sempre, principalmente na Política, que muda constantemente. Tive uma passagem de um ano na presidência da Câmara de Vereadores de Gaspar, uma oportunidade única para conhecer a burocracia e os afazeres internos do Poder Legislativo. Esse espaço vem chegando ao fim, pois a partir do dia 1º de janeiro de 2023, o vereador Ciro Quintino assume pela 4ª vez a presidência.

Aprendi muito nesse um ano como presidente. Aprendi como o Poder Legislativo recebe o repasse do Poder Executivo, como são feitos os pagamentos dos funcionários, como é o serviço interno da secretaria que prepara a pauta ou como funciona a logística, de fato, dos projetos. Tive que criar assinatura digital, usar meu CPF e confiar no profissionalismo dos servidores, sejam eles comissionados ou efetivos.

Deu briga. Algumas vezes. Estresse. Tem muito político que se sente dono do espaço, que quer ensinar o outro a trabalhar, que quer algo para benefício próprio, mas pede para o presidente tocar e usa o discurso de: “ser presidente é trabalhar para o vereador”. E não. Sempre defendi que ser presidente é trabalhar para o Poder Legislativo, trazendo e mostrando ele com credibilidade e responsabilidade.

Muitas foram as vezes que saí da sala da presidência me perguntando se eu era capaz de cumprir um ano inteiro desse mandato, pois toda vez que alguém batia na porta, era problema. 

Com o passar dos meses estar presidência se tornou um peso, pois tive que deixar o mandato de vereadora de lado, de estar junto da comunidade, em segundo plano. Primeiro eu tinha mais de 100 folhas para assinar na câmara. Depois tinha que tocar a sessão. Depois resolver problema interno. Abrir exposições. Depois mais outro problema e por aí vai. São muitos os compromissos.

Estar na presidência de um Poder é preciso ser paciente, mas principalmente, é preciso muito querer estar lá!

Embora todos os perrengues, ter a oportunidade e a experiência de ter tocado a câmara por um ano foi enriquecedor, me mostrou que sou capaz de superar meus próprios limites e tomar decisões difíceis, mas sempre lembrando da onde eu vim para estar ocupando aquela cadeira.

A primeira mulher presidente da Câmara de Gaspar, a primeira mais jovem a presidir. Títulos, sim, meros títulos, mas de uma grandeza para a história da política gasparense – que sempre quebrou acordos com as vereadorAs – sem igual.

Saio feliz da presidência. Muito mesmo. No próximo ano o trabalho continua com o que mais gosto, que é por o pé na rua, ouvir histórias, contar histórias dos moradores e representá-los como uma simples parlamentar, que entendeu que ser presidente foi sim uma baita experiência, mas não é mais pra ela!

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