Segundo dados do MEC, o Brasil tem apenas 11% das matrículas do ensino médio em educação técnica. Os países da União Europeia têm, em média, 50,4% dos estudantes do ensino médio também matriculados em cursos profissionalizantes. Na Áustria, esse coeficiente é de 69,8%; na Finlândia, de 70,4%. E não é por falta de valorização por parte dos empregadores. As possibilidades de empregabilidade com boa remuneração são atrativas. Salários de técnicos em áreas como eletromecânica, química e energia, por exemplo podem ultrapassar facilmente os R$ 5 mil mensais no primeiro ano de experiência no mercado de trabalho.
Santa Catarina possui PIB industrial de R$ 66,3 bilhões, equivalente a 5,0% da indústria nacional. Hoje, o estado emprega mais de 800 mil trabalhadores no setor. Atualmente a FIESC conta mais de 50 mil indústrias no estado e de acordo com o relatório anual da entidade, em 2020 o SENAI SC teve mais de 29 mil matrículas de educação profissional, juntando cursos técnicos e aprendizagem industrial.
Uma das grandes vantagens que vemos no ensino técnico é a preparação para a revolução trazida pela Indústria 4.0. Por isso mesmo, o setor empresarial tem se aproximado cada vez mais das instituições de ensino e buscado, em conjunto, soluções para atender às suas demandas na formação profissional de jovens. Dois grandes exemplos de parcerias desse tipo aqui na nossa região são a Netzsch, de Pomerode, e o Simmmeb (Sindicato Patronal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Blumenau). Ambos firmaram recentemente parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). A Netzsch instalou uma unidade móvel na própria empresa para o curso de Programador de Centro de Usinagem. Já o sindicato, participa de um projeto estruturado com a participação das empresas, visando atender demandas de capacitação do segmento de metalmecânica.
A indústria ganha com a qualificação da força de trabalho que atenda a necessidades específicas e os estudantes com um vasto campo de oferta de emprego. Consideramos, portanto, fundamental o investimento em educação técnica e profissionalizante para a retomada do crescimento do país. Nos próximos dez anos, a previsão é de que surjam pelo menos 30 novas ocupações focadas em tecnologias digitais. A formação técnica, de menor duração e mais alinhada ao mercado de trabalho, vem ao encontro dessas mudanças.
Em 2020, o Senai registrou no Brasil 166.786 matrículas em cursos técnicos e 223.133 em cursos de qualificação profissional voltados para as necessidades da indústria, que hoje emprega 9,7 milhões de pessoas – ou 20,4% do total de empregos formais do país. Uma pesquisa da PUC do Rio de Janeiro demonstra que, entre dois indivíduos com a mesma escolaridade, aquele que conta com um ano de educação profissional tem renda 18% maior.
Diante deste cenário, temos convicção de que a educação técnica é um caminho de grandes oportunidades e valorização profissional, que só tende a crescer. E temos instituições de ensino preparadas para apoiar as indústrias em seus desafios e também os jovens e adultos que pretendem se especializar e construir uma carreira de sucesso.
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