Que as mulheres são multitarefas e têm total capacidade de liderar já é um consenso. Uma unanimidade para mim, e que tem ganhado espaço nos ambientes empreendedores. Mulheres são mais criteriosas, analíticas, com visão abrangente. Além disso, sua sensibilidade natural permite atuações de destaque cada vez maiores nos negócios.
Um levantamento do Global Entrepreneurship Monitor mostrou que 51% dos empreendedores brasileiros são do sexo feminino e de acordo com o IBGE elas chefiam 40% dos lares brasileiros.
Também no mundo corporativo, a mulher, por mais “durona” que seja, habitualmente leva em consideração múltiplos fatores para a tomada de decisão. Sua visão periférica vai muito além da biologia: permite que ela coloque prós e contras na balança com mais frequência, que tenha um domínio calcado em todas as faces da situação – e aí, sim, determina a própria ação ou a do outro com uma assertividade que só quem tem habilidades múltiplas consegue fazer. É natural delas.
Em todas as consultorias, treinamentos e palestras que fiz, tendo mulheres em cargos de liderança, pude perceber que o impacto positivo delas é realmente um diferencial. Enquanto ainda é natural esperar do homem a preparação para o mercado de trabalho, o público feminino realiza, praticamente, uma corrida com barreiras: precisa conciliar maternidade e profissão, muitas vezes assume o trabalho doméstico sozinha e tem grande carga mental, sendo gestora de casa, da família e da própria carreira. Por isso, quando alcança o posto pelo qual tanto lutou, dificilmente o deixará escapar.
Mesmo neste cenário, são elas que se preparam melhor para o mercado de trabalho. Dados da Rede Mulher Empreendedora (RME) apontam que 69% das mulheres que empreendem hoje no Brasil têm graduação ou pós-graduação – só para efeito comparativo, apenas 44% dos homens empreendedores têm tais especializações.
Reconhecer o talento e capacidade delas não é conquista nem motivo de orgulho. É apenas obrigação de quem convive com profissionais que precisam provar competências em uma corrida muitas vezes desigual. Diariamente percebo a diferença que ter uma gestão heterogênea, com público feminino apoiando a tomada de decisão: foco, empatia, trabalho bem feito e tantas outras características que moldam líderes que estão em seus espaços por mérito e competência, após transporem a barreira do preconceito.
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