Muito tem se falado sobre Economia X Vidas, uns dizem uma coisa aqui, outros dizem alguma coisa ali. Uns querem a reabertura total da indústria e comércio de forma imediata, outros querem mais rigor na quarentena. São muitas opiniões, e mais que isso, tem muito interesse envolvido nisso tudo. Pra mim é simples, nada é mais importante do que preservar a vida humana, nada.
Estamos vivendo a história, isso é fato, vamos ensinar para nossos filhos e netos muito sobre o ano de 2020, de como fomos pegos de surpresa, sem saber o que fazer, perdendo a referência entre certo e errado, e demorando muito para encontrá-la novamente. E vamos torcer para que eles no futuro não se esqueçam dessas lições, diferentes de nós, que aparentemente esquecemo-nos das lições de nossos antepassados.
Havia um tempo, não muito longe de hoje, em que desigualdade não era um problema, já que 95% da população viviam abaixo da linha da pobreza (fonte: https://ourworldindata.org/), deixando o preciosismo de lado dá pra dizer que todos eram pobres. Estamos falando do ano de 1820, não faz tanto tempo assim. E se pensarmos que quando Jesus nasceu, éramos somente 226 milhões de aqui na terra, em 1600 éramos 556 milhões e em 1800 chegamos a 1 bilhão, crescimento lento não é mesmo? Mas algo aconteceu por volta de 1820, e hoje somos quase 8 bilhões de pessoas, um crescimento impressionante, num curto espaço de tempo. Mas e a pobreza, que em 1820 assolava a humanidade? Como está hoje? Está perto de 10% da população mundial, e me recuso a dizer “apenas”, mesmo quando chegar em 0,1%, porque a pobreza deve ser combatida, mas afirmo com tranquilidade, estamos no caminho certo.
E que caminho é esse? O que aconteceu que mudou o rumo da história? Por que a maioria deixou de morrer de fome e conseguiu viver por mais tempo?
O ser humano aprendeu que ele não precisa fazer tudo sozinho, que ele pode dividir o trabalho, que ele pode fazer comércio com outras nações, que se no campo está difícil, passando fome, ele tem uma nova opção, tentar uma vida melhor sendo empregado numa fábrica. Que por mais dura que fosse a jornada nessa fábrica, era melhor do que morrer de fome no campo. O ser humano começou a gerar riqueza, muita riqueza. E de que riqueza estou falando, ouro? Claro que não, estou falando de algo muito mais valioso, comida. Sim, o capitalismo nasce, e dali pra frente, por mais que tentamos colocar ele como culpado de todos os problemas da humanidade, essa forma de trocar mercadorias e serviços nos levou a reduzir a pobreza e aumento da expectativa de vida.
Que fique claro, hoje qualquer trabalhador tem uma vida mais confortável do que os mais ricos de 200 anos atrás. Tem uma cama melhor, um chuveiro com água quente, um celular com internet com mais informação que a maior biblioteca do século XIX poderia dar. E isso só foi possível porque geramos mais riquezas, a população aumentou muito e mesmo assim todos foram ficando cada vez mais ricos, e seguimos nessa mesma linha, pelo menos até hoje…
Dito isso, quero dizer que a questão não é Economia X Vidas, a vida sempre foi e sempre será o mais importante. A questão é que o Estado está nesse momento nos proibindo de gerar riqueza, a mesma que começou a salvar as vidas de nossos antepassados em 1820. Além disso, sem a nossa riqueza o Estado também deixa de arrecadar por meio de impostos (que ele retira da nossa riqueza produzida), sem ela, o Estado não consegue financiar a saúde pública, não vai conseguir pagar médicos, suprimentos e etc… Não importa o ramo de atividade, se gera riqueza ele é essencial. Foi assim que aprendemos uma maneira para sair da miséria.
O coronavírus está ai e outras doenças virão no futuro. Precisamos preservar vidas, foi assim que chegamos até aqui, para isso teremos que ser responsáveis com a nossa vida e a do próximo. Vamos voltar a gerar riquezas, pois com elas conseguiremos mais recursos para área da saúde e pesquisa, vamos mudar nossa rotina usando máscaras, lavando mais as mãos, usando álcool gel e tudo que for necessário, só não vamos desistir. Até porque em breve quero contar sobre 2020 para os meus filhos.
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