Palavrinha tão pequena, e muita gente ainda não aprendeu a dizer não.
Eu inclusa, diga-se de passagem.
Quantas vezes aceitei situações que me machucavam simplesmente por não conseguir dizer não.
Não quero, não vou, não gosto, não tenho, não posso, não amo.
Quantos sim eu já disse que me abriram feridas que não consigo fechar.
Quantos compromissos assumidos que me roubam o precioso ócio criativo, porque na ânsia de ser bem quista, eu troquei o não pelo sim.
Quantas vezes eu chorei escondida porque o sim que fazia alguém feliz, era o mesmo sim que me machucava.
Quantas vezes engoli o choro e coloquei um sorriso no rosto junto com o sim que saía engasgado enquanto a vontade era gritar não.
Mãe atípica, então… Multiplica isso por um milhão.
Os únicos nãos que conseguimos emitir são aqueles nãos desesperados.
Não mexe aí!
Não puxa o cabelo da amiguinha!
Não come areia, menino!
Não grita desse jeito, menina!
Precisamos urgentemente rever nossos nãos.
Dizer mais:
Desculpe, mas não quero.
Não vou, não.
Não gostei do que você fez.
Não te amo.
Não vou ficar.
Porque por mais que a gente possa machucar alguém com a verdade, nada é pior do que sufocar nossa essência, aceitando tudo, calando nossa alma e morrendo aos poucos.
Dizer não, também é um ato de amor.
Muitas vezes pode ser a diferença entre viver e tão somente existir.
E sempre que for preciso, sorria e com toda delicadeza (ou não) diga:
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