Para muitos analistas e jornalistas do mundo todo, especialmente dos EUA, as eleições americanas ou estavam empatadas ou a candidata democrata, Kamala Harris seria a vencedora. Os institutos de pesquisa, especialmente em estados decisivos como a Pensilvânia, davam uma margem média de 5 pontos em favor da candidata do Partido Democrata. Com a abertura das urnas, verificou-se uma vantagem para o partido republicano, do candidato e ex-presidente Donald Trump, em todos os chamados estados pêndulo. Assim confirmou-se a vantagem do republicano tanto no voto popular, bem como uma ampla maioria no colégio eleitoral.
Fazendo uma analogia com o cenário político brasileiro e a vitória de Trump, quais as lições que se tiram deste processo? Primeiramente existe uma clara tendência de repúdio a partidos mais a esquerda, no caso do partido democrata, embora não seja de esquerda, acolhe muitos grupos dentro da agremiação com esta tendência.
Outro fator importante é o voto da classe média americana, em 2020 foi decisiva na vitória de Biden, agora pendeu claramente para o republicano, vencedor da eleição. Isso demonstra o descontentamento deste segmento que foi insultado por muitos outros grupos, como aqui no Brasil, de fascistas, reacionários etc., um total desrespeito via generalizações.
Assim como no Brasil, nos Estados Unidos, existe uma polarização muito forte, aliás, em muitos lugares do mundo, porém ao invés de acharem-se culpados para uma derrota eleitoral, é preciso, os grupos derrotados, fazerem uma autocrítica de desempenho e leitura de cenário.
Analisando pelos eleitores que decidiram novamente (classe média trabalhadora) as eleições nos EUA, eles votaram por descontentamento com a economia/inflação e pelas questões referentes a imigração, fatores estes que foram os ingredientes chave.
Este ano no Brasil, após uma acachapante derrota do governo Lula nas eleições municipais e um claro avanço do centro direita e direita, é preciso que os nossos governantes enxerguem a política fiscal desastrosa que pratica, gestão das estatais com rombo histórico e por consequência, a inflação que já está dando as caras, especialmente nos supermercados do país.
Aqui como lá, o cidadão comum repudiou o descaso com as suas famílias que a economia do Brasil e dos EUA oferecem, pois o atual governo está preocupado com o poder, maquiar fatos e esquece da população. O primeiro recado foi dado em 2024 e o segundo pode ser em 2026.
Prof. Leonardo Furtado, Doutor em Desenvolvimento Regional
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