Avisem os navegantes, o comandante sumiu. Esqueceu de liderar a o país ou, quem sabe, está cavalgando, pastoreando o gado por ai. Como eu já escrevi outras vezes, o Produto Interno Bruto – PIB – do Brasil é metade commodities e outra metade impostos. Para além das retóricas políticas, alongar o sofrimento dos brasileiros com a inflação é como uma tortura de afogar na miséria uma nação inteira que, no fim, sente-se abandonada em um navio afundando. Não, não vivemos o livre mercado e, por isso, preços com o da gasolina são administrados pelo governo Federal, o culpado por subir ou descer o preço, algo que parece que esqueceu de fazer.
Somos incapazes, como nação, de transformar o que retiramos deste solo em outros produtos que ajudem a elevar a relevância do país economicamente. Esta semana foi, especialmente, um retrato desta nossa mediocridade. A divulgação dos dados econômicos demonstram claramente aquilo que insisto tanto: o campo vai bem, o país vai bem. Como passageiros de uma agonia sem fim lamentamos assistir a repetição de uma novela eterna, a retração da capacidade brasileira de produzir riqueza. O PIB caiu mais uma vez. Muito mais em função da queda das commodities do que pela falta de pujança dos serviços, indústria e comércio que, estes últimos, seguem bem de lado, patinando.
Mas, se as commodities despencaram em todo o mundo, se o povo está sofrendo com a redução do poder financeiro e registramos queda no consumo, por qual raios de motivo não tivemos uma queda na inflação, especialmente da gasolina, diesel? Os preços dos combustíveis exercem a maior pressão na inflação no Brasil desde sempre e, salvo que inventem um substituto para o petróleo, assim será por muito tempo. É por este motivo que acredito que é muito improvável que qualquer governo, de qualquer partido, tenha a coragem de privatizar nossa maior empresa, a Petrobras.
Desde o dia 25 de outubro a gasolina já despencou cerca de 25% em reais. Queda semelhante ao que ocorreu com o petróleo. Curiosamente, por algum motivo incerto e não sabido, o Governo Bolsonaro não reduziu nenhum centavo para o consumidor o preço dos combustíveis. Pensei, por um momento, que poderia ter ocorrido uma explosão dos preços do etanol e, ao verificar, percebi uma redução de aproximadamente 5% no valor da commoditie.
Eu não sei quando vai ocorrer o anúncio de uma provável queda no preço nos postos. Também não faço ideia das desculpa por retardar tanto a redução. Afinal, a política divulgada pela Estatal é a de seguir a paridade internacional de preços, uma metodologia criada no governo Temer e seguida por Bolsonaro. Agora, ao fazer uma pequena conta é possível imaginar o lucro que a empresa está acumulando com esta não diminuição de preços. Ao menos R$ 0,50 de lucro adicional por litro de gasolina e pelo menos R$ 0,70 a mais no lucro por litro do diesel.
Seguimos afundando, caindo com combustíveis subindo…. sem explicações.
Sabe de nada inocente.