No confuso cenário político, a visita da polícia federal na residência de empresários monopolizou o debate político. Sim, quando a polícia bate na casa grande todo mundo se assusta. A ação foi motivada por um pedido da própria Polícia Federal, e determinada pelo STF, através do ministro Alexandre de Morais. Parece que nossos eficientes e laboriosos empreendedores deixaram de lado a tarefa de gerar empregos e produzir riqueza, como gostam de gabar, e passaram a confabular sobre um possível golpe de estado. Óbvio que, o rompimento democrático defendido pelo grupo é caso o Mito perca a eleição.
Em defesa dos empresários, candidatos e militantes de direita saíram em protesto. Todos alegam que o estado democrático de direito, que nossos pitorescos capitalistas preferem ver derrubado, foi aviltado. Um dos empresários envolvidos na trama, respondeu em sua defesa que “foi tratado como bandido”. Data vênia endinheirado, mas tu “não foi nem de longe”. E muito menos sabes o que é ser um trabalhador confundido com bandido.
Nesta cambaleante democracia em que os direitos humanos são como coisa de comunista e que o presidente idolatra torturador, o termômetro da violência estatal muda conforme o endereço, o saldo bancário e a profissão do indivíduo. Complica ainda mais se o indivíduo for negro. Tem uma categoria de trabalhadores que costuma ser tratada como bandida. Os professores. Estes, de vez em quando, apanham e são aviltados pela violência estatal.
A última vez que aconteceu em Santa Catarina foi no ano passado. Também no mês de agosto, um ano e uns dias antes da visita dos policiais federais na casa dos endinheirados do zap. Em frente da Assembleia Legislativa os professores protestavam contra a reforma da previdência que surrupiava direitos de trabalhadores. Reforma, aliás, defendida a unhas pela Federação da Indústria do Estado. Na data, a polícia lascou gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra professores. E detalhe, nos dia seguinte, nossos mestres não ameaçaram fugir do país, nem mesmo dar golpe de estado. Seguiram seu ofício de educar uma nação. Mas acho que falta brio para os “tio patinhas” do zap para aguentarem isso.
Quanta baboseira…