Segundo relato das pessoas que foram vítimas do Covid-19, os mais característicos dos efeitos colaterais é a ausência de olfato e paladar. Mesmo aqueles alimentos com sabores marcantes transformam-se em insossos na boca do infectado. A falta de sabor pode ser uma metáfora de como foi a campanha eleitoral de 2020 em Blumenau, sobretudo o segundo turno. A eleição ficará marcada muito mais pela crise de saúde de um candidato em um debate de televisão, do que pelas propostas debatidas.
A realidade é que a campanha municipal não empolgou aos eleitores. A ressaca da eleição de 2018, e a frustração com os salvadores do caos inventado, fez com que os eleitores pouco ligassem para o certame. As características siamesas dos candidatos do segundo turno também explica a frigidez do período. Foi uma campanha estéril, sem discussão sobre os temas mais importantes – quase improdutiva. Nem mesmo a pandemia foi debatida.
O que se ouviu sobre a crise sanitária diz respeito aos eventuais erros e acertos cometidos pelo prefeito. Não que prefeito não devesse ser julgado pelos seus atos, é assim em uma democracia; porém, uma eleição não se faz somente olhando pelo retrovisor, mas sobretudo, serve para projetar o futuro. Pactuar com a população as metas e desafios a serem atingidos na próxima gestão.
O fato é que chegamos às vésperas do segundo turno e não sabemos o que fazer com a maior crise sanitária de nossa história, muito menos qual será o papel do executivo municipal. Um exemplo disso é quando e em que condições as aulas presencias retornarão? Quais estruturas terão as escolas para receber estudantes e professores? Quais as opções e/ou alternativas nós teremos? Na saúde, qual o custo das ações de enfrentamento ao Covid-19. O quanto mais de orçamento vamos precisar para os enfrentamentos da pandemia? Com a ampliação necessária dos investimentos nessa área, o quanto ainda haverá para investir em outras áreas da municipalidade?
Sem falar nos termos que até poucos dias entraram em nosso vocabulário, agora desapareceram. Transformaram-se em quase anátema. Está proibido falar de Lockdown. Sem debater os temas reais da cidade e com os cidadãos, independente do resultado de domingo, começaremos 2021 às cegas. Não sabemos de o que de fato teremos que engolir no próximo ano. Pior, sem saber como o prato será cozido. Se não planejarmos será de improviso, o que aliás, não é novidade no menu.
Uma pena realmente. A nossa cidade perdeu uma oportunidade ímpar de renovação. Ficaram dois candidatos siameses e a renovação da Câmara foi só de 40%. Lastimável, pois ouvíamos o grito constante por renovação nas redes sociais, mas as urnas apontaram que eram só gritos dos corajosos por detrás do teclado de um smartphone, tablet ou notebook. Na hora H sucumbiram.
Análise perfeita!
Quanto ao desinteresse tb tem relação com a simbiose das candidaturas e o que representam e defendem de projeto político.
Nada podemos ou devemos esperar dos prefeitos ou vereadores .
A primeira meta de um eleito é a reeleição , eles não geram empregos , geram cabides de empregos. Eles nada produzem , aumentam as despesas , eles não fazem obras, encarecem as obras . Ou seja , se esperarmos algo dos vereadores, prefeitos , governadores , estremos sempre as cegas . Nossa chance de efetuar mudanças esta nas urnas , mas somente quando o povo souber escolher um candidato . Reelegeram diversos vereadores , que passaram 4 anos usufruindo das mordomias que nós pagamos , que nada fizeram pela cidade . O grito constante
de renovação só existe nas mídias sociais , na hora de utilizar a ferramenta adequada não o fazem . Temos milhares de analfabetos políticos e é para este povo que os candidatos pedem votos , e o pior , ganham .
A falta de paladar e de olfato é ver centenas de eleitores que não tiveram sabedoria para conhecer cada um dos candidatos e quais eram suas propostas , o grito ficou na garganta pois o blumenauense tem medo do novo e acaba votando sempre nas mesmas figurinhas carimbadas, vou repetir o que Arnaldo Zimmermann postou em suas redes sociais, um dia antes da eleição levem a caneta não só para assinar ,mais sim para saber em quem você votou e daqui 4 anos o que seu candidato contribuiu para uma nova Blumenau.