Cerca de 110 pessoas compareceram na audiência pública sobre o transporte coletivo na noite sexta-feira, 27. Confesso que o público me surpreendeu. Pelo menos 20 pessoas eram ligadas ao governo Napoleão, entre secretários, diretores e outros cargos comissionados.
Seis vereadores, acompanhados de assessores, também estiveram presentes: os três do PT – Adriano Pereira, Jefferson Forest e Vanderlei de Oliveira -, Beto Tribess e Jens Mantau ( ambos do PSDB) e o presidente da casa, Mário Hildebrandt (PSB).
O presidente da comissão especial do transporte coletivo da Câmara, Fábio Fiedler (PSD), o líder do governo no parlamento, Robinson Soares (PR) e o vice-presidente Marcos da Rosa (DEM) não acompanharam a apresentação da minuta do edital. Os três são próximos da administração municipal e por isso fica a dúvida se não tiveram interesse, se tinham compromisso mais importante ou sabiam de alguma informação antecipada.
Representantes do Sindetranscol, com o ainda presidente Ari Germer a frente, acompanharam toda a apresentação, com especial atenção a um eventual debate sobre o papel dos cobradores na nova operação, o que não foi colocado, até porque qualquer mudança exigiria mudanças na legislação municipal. Ari Germer lamentou que a proposta do sindicato de se criar um fundo municipal para o setor foi ignorada e as “benesses” oferecidas pela Prefeitura para quem ganhar a licitação, como a cedência de um terreno para servir de garagem.
Dois representantes da Viação Piracicabana, entre eles o diretor Maurício Garroti acompanharam atentamente as explanações. Ao final da audiência conversei com ele, que disse ser ainda cedo para a empresa falar algo sobre a minuta do edital, “pois ainda não conhecemos os detalhes, precisaremos esperar a publicação da minuta na íntegra para avaliar corretamente”. Falou que trazer 100 ônibus novos já no começo da operação “é pesado, não é fácil, não tem disponibilidade no mercado”.
Não sei se havia representantes de outras empresas. Também não vi lideranças de entidades da cidade na plateia.
Ao final da apresentação das minuta, foi aberto espaço que as pessoas pudessem tirar dúvidas sobre o que foi apresentado, sem a possibilidade de apresentar sugestões, mas algumas acabaram sendo apesentadas mesmo assim. A única saia-justa foi protagonizada por um assessor do vereador Jefferson Forest, que pegou pesado ao usar o microfone e teve o som cortado pelo responsável pela mesa, o presidente Carlos Lange, que teve a tranquilidade necessária para contornar a situação e devolver a palavra.
Interessante o assessor do vereador petista, cargo comissionado do parlamento, criticar a presença de “cargos comissionados” da Prefeitura.
Para finalizar, fico com uma frase de um especialista em transporte coletivo, com passagem pela Prefeitura: ‘perdeu -se a oportunidade de fazer algo histórico e decente para essa cidade”. Como não me autorizou a citar a fonte, deixo quieto o nome dele, mas penso o mesmo.
Sobre os principais pontos da minuta, você pode conferir aqui.
A posição oficial da Prefeitura está aqui.
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