Os diálogos que fizeram o processo dos respiradores subir para o STJ

A Ação da Força Tarefa que investiga a compra de 200 respiradores pelo Governo do Estado junto a Veigamed, numa transação que a cada dia se passa se revela mais fraudulenta, já tinha resultado na prisão temporária de oito pessoas – entre elas, o ex-chefe da Casa Civil Douglas Borba – e em vários mandados de busca e apreensão.

Nesta segunda-feira, saiu a decisão judicial remetendo o processo ao STJ, por conta da suspeita de envolvimento do governador Carlos Moisés (PSL), que desde o começo diz que não sabia de como se deu a compra.

Alguns diálogos entre os empresários envolvidos indicam do conhecimento de  Moisés, mas podem ser bravatas também.

Mas um, via WhatApp, entre integrantes do Governo, não deixam dúvidas que ele sabia da transação, o que sempre negou. No grupo chamado de “Gestão da crise Covid19”, participavam, além do governador, os ex-secretário de Saúde, Helton Zeferino, Paulo Eli, secretário da Fazenda, Jorge Eduardo Tasca secretário de Administração, Douglas Borba, então Chefe da Casa Civil, Alisson de Bom  de Souza, Procurador-Geral do Estado e Márcio Ferreira, Chefe de Gabinete.

Segundo consta na decisão, ‘ no dia 28 de abril de 2020, data em que foi divulgada a notícia sobre os fatos pelo site The Intercept Brasil, o próprio Governador Moisés encaminha no grupo cópia da reportagem publicada e escreve: “Agora a SES vai precisar falar sobre o assunto”, seguido das seguintes mensagens, enviadas respectivamente pelo governador, o secretário de administração e o ex-chefe da Casa Civil, que pede “discrição”.

 

Mais evidente da ciência dos fatos, impossível.

Já a outra suspeita recai nas conversas entre Samuel de Brito Rodovalho, que tentava intermediar as negociações, primeiro com a empresa Brazilian Trading, de Joinville, que pulou fora depois de receber um pedido de “comissão”. Em duas mensagens de voz ele diz que o governador está ciente da negociação e na segunda que já tinha liberado o processo para a compra.

Esta conversa pode ser bravata de quem quer fechar negociação, mas o conjunto da obra deixa claro que o governador faltou com a verdade quando insistiu em negar que conhecia o processo.

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